Aécio sobre sua derrota em Minas: “Ainda estou tentando entender”
Em entrevista ao jornal O Globo, o candidato tucano derrotado nas urnas Aécio Neves (PSDB) disse que, apesar dos mais de quinze dias, ainda não conseguiu absorver a acachapante derrota que sofreu nas eleições em sua terra, Minas Gerais, onde foi governador por dois mandatos.
Publicado 10/11/2014 12:42
“Ainda estou tentando entender. Meus adversários tiveram ação organizada muito forte nas regiões mais pobres de Minas”, confessou o tucano. A presidenta reeleita, Dilma Rousseff, venceu em Minas com 51,64% dos votos contra 48,36% de Aécio.
Ele tentou explicar: “Houve talvez certa negligência do nosso pessoal. E nossa candidatura estadual também não foi bem. No segundo turno, a força do governador eleito acabou sendo um contraponto forte. Ninguém é invencível. Eu não sou infalível. É do jogo político. Souberam ser mais competentes do que nós. A responsabilidade é minha mesmo”.
Apesar disso, Aécio afirma que se sente revigorado, principalmente com os atos que aconteceram depois do segundo turno, que qualificou como “um combustível para construir essa nova oposição”. Segundo ele, a sua candidatura “passou a ser um movimento” o vai atuar para “manter vivo esse sentimento de mudança”.
Os atos que Aécio se refere tornaram-se uma das mais evidentes expressões da direita reacionária no País, com faixas e cartazes que pediam a volta da ditadura militar e “intervenção”, além é claro, de adesivos e bandeiras da campanha presidencial do tucano.
Aécio, como era de se esperar, tentou se descolar do movimento e pegar uma carona na história do seu avô, Tancredo Neves. “O que houve foi a utilização de movimentos da sociedade por uma minoria nostálgica”, disse ele.
Mantendo o clima da campanha, e não do diálogo proposto pela presidenta Dilma Rousseff, Aécio voltou a criticar as medidas econômicas anunciadas recentemente, o que chamou de “estelionato eleitoral”.
Para Aécio, a presidenta deveria “sinalizar como será a sua política econômica”, referindo-se as especulações em torno do nome do ministro da Fazenda no segundo mandato. Ao contrário de Dilma, durante a campanha eleitoral Aécio se apressou em sinalizar, principalmente ao mercado, o nome de seu eventual ministro: Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central no governo FHC e ligado ao sistema financeiro internacional. Sobre isso, ele justificou: “sinalizei na direção da política econômica que achava correta”.
Dilma reafirma: vou manter o emprego e a renda
A presidenta Dilma, por sua vez, por meio de uma postagem em sua página no facebook, repudiou a tentativa de alguns setores, principalmente da imprensa, de manipular a informação e criar um clima de terror sobre a economia.
“Eu não estou falando que vou fazer o arrocho que eles falaram. Pelo contrário, estou dizendo que vou manter o emprego e a renda”, pontuou Dilma.
A presidenta mostrou-se preocupada em soterrar os boatos de que, no combate à inflação, estaria disposta a mexer, para cima, na meta de 4,5% para os próximos anos. “Eu pretendo reduzir a inflação e não e meta de inflação. São coisas distintas”, enfatizou a presidenta.
Ela completou reafirmando que fará uma política “de inflação que leva em conta o fato de que nós não vamos desempregar neste país”. E asseverou: “Ponham na cabeça isso”.
Sobre a proposta de “choque de gestão” feita por Aécio ao longo da campanha eleitoral, ele rebateu: “Tampouco concordo com choque de gestão. Eu sei o estelionato que choque de gestão é”.
Da redação do Portal Vermelho
Com informações de agências