Mantega: Aumento da gasolina terá pouco impacto na inflação
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que o impacto do aumento da gasolina sobre a inflação deverá ser pequeno, apenas 0,1 ponto percentual. Ele comemorou o resultado satisfatório do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta sexta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e que passou de 0,57% para 0,42% ,com variação menor em 12 meses (de 6,75% para 6,79%).
Publicado 07/11/2014 13:51
“Estamos em uma boa trajetória”, avaliou Mantega. Segundo ele, problemas que afetaram a economia neste ano como a estiagem, as restrições ao crédito, os eventos como a Copa do Mundo e as eleições não deverão atrapalhar a economia no próximo ano. Diante disso com recuperação prevista das commodities (produtos primários com cotação no mercado internacional) e maior facilidade ao consumo deverão resultar em crescimento das atividades. Esses fatores tiveram alguma interferência, mas são problemas passageiros.
Para garantir o cenário mais positivo, o ministro admitiu a necessidade de corte nas despesas públicas. Ele anunciou que estão sendo estudadas medidas de corte de subsídios envolvendo o seguro desemprego, auxílio doença e pensão por morte. Só neste último caso, elas atingem algo em torno de R$ 90 bilhões. Mantega, porém, não detalhou como isso será feito.
Ao ser questionado por jornalistas sobre a meta do superávit primário para 2015, o ministro informou que o governo trabalha com um orçamento entre 2% a 2,5%. A revisão, no entanto, da proposta feita em agosto depende do levantamento fiscal de novembro para depois ser encaminhada ao Congresso Nacional. Temos que avaliar à luz do cenário mais atual”, disse.
O ministro deu essas informações ao participar de um seminário na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo. No encontro, ele fez uma avaliação positiva da economia, justificando que o baixo crescimento é efeito da política anticíclica por causa da crise financeira internacional de 2008, mas quando comparada a situação dos países-membros do G20, o Brasil teve uma situação mais vantajosa.
“A maioria dos países do G20 não conseguiu fazer superávit primário, nós somos um dos poucos que conseguimos manter o resultado positivo mesmo em um período de crise”. Ele projeta que o resultado continuará positivo em 2015. Mantega considera que está ocorrendo um atraso na economia mundial para vencer os efeitos da crise, mas devagarinho vamos ter uma melhora.
Ele justificou que a estratégia de manter o crédito dos bancos públicos com taxas inferiores às do setor privado é apenas anticíclica. A expectativa dele é que as instituições financeiras privadas ampliem as ofertas, retirando a necessidade de uma atuação do setor público. Ao falar sobre a evolução econômica do país nos últimos anos, no seminário, ele destacou a criação de empregos, que teve aumento, passando de 66,5 milhões em 2002 para 118 milhões em 2014.
Segundo o ministro, o Brasil ainda é considerado um país de grande atratividade para investimentos, citando que eles somaram, nos últimos 12 meses, US$ 66,5 bilhões. O Brasil têm uma situação de solidez financeira com as reservas em US$ 380 bilhões.
Só na segunda-feira (10)
O reajuste de 3% no preço da gasolina anunciado pela Petrobras, não afetará o consumidor neste fim de semana. Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo, José Alberto Paiva Gouveia, a previsão é que somente na segunda-feira (10), quando os postos de gasolina começarem a demandar o produto com o preço reajustado nas refinarias, é que o novo valor deve chegar ao consumidor.
"Conforme os postos forem demandando o produto com valor já reajustado nas refinarias é que teremos um aumento para o consumidor final. Ainda assim, esse aumento de 3% está abaixo do que a Petrobras precisaria para repor suas dívidas, que seria de 7%. Quanto a dúvida se será mais proveitoso abastecer com etanol, precisamos, antes, verificar o aumento final da gasolina para o consumidor", ressaltou Gouveia.
Ele destacou que o valor real do aumento dependerá do repasse cobrado pelas distribuidoras aos postos. "O aumento final da gasolina vai refletir o que for cobrado pelas distribuidoras, já que nos postos a gasolina tem um percentual de 25% de etanol, que até agora mantém o preço estável. Ou seja, se desconsiderarmos o preço da distribuição e considerarmos que a gasolina tem um percentual de etanol na mistura, o aumento nem chega aos 3% para o consumidor".
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Com informações da Agência Brasil