Presidente catalão reafirma consulta independentista, apesar do veto
O presidente catalão, Artur Mas, insiste em realizar no próximo domingo (9) uma consulta independentista, apesar do veto do Tribunal Constitucional e acusou o governo espanhol de violar os direitos da região.
Publicado 05/11/2014 11:13
Num encontro do Fórum Europa Tribuna Catalunha, Mas apelou à serenidade para atenuar a polêmica sobre a iniciativa e afirmou que o processo se realiza com base na beleza democrática e o respeito legal.
O Tribunal Supremo admitiu, nesta semana, o trâmite de uma impugnação do governo espanhol, com o qual se suspende de forma cautelar por pelo menos cinco meses a realização da consulta organizada pelo governo regional.
As autoridades espanholas consideram que a iniciativa é antidemocrática e anticonstitucional e aborda temas de soberania e territorialidade que correspondem a todo o país decidir e não a uma parte deste apenas.
Antes o mesmo tribunal tinha suspendido a convocação de um referendo feita pelo parlamento catalão com as mesmas perguntas da consulta e também para o dia 9 de novembro.
O líder local argumentou que a Catalunha quer construir um projeto próprio e manter sua dignidade, mediante o direito a decidir e em representação, disse, de amplas maiorias.
Assegurou que a convocação é levada adiante com civismo exemplar, sem um golpe nem um insulto, nem um papel no chão e considerou mais importante que nunca o fazer assim nesta semana.
Ao mesmo tempo pediu para que seja mantida a calma em uma semana, disse, cheia de confusão e opinou que não se trata de defender a consulta original, suspendida pelo Tribunal Constitucional, mas o direito dos catalães a expressarem-se sobre um projeto.
Ao mesmo tempo acusou o governo espanhol de menosprezar a Catalunha, atentar contra seus direitos e ignorar o que se passa nessa região do norte do país.
Na noite desta terça-feira (4), realizou-se em Barcelona, capital da Catalunha, um cacerolaço de uns 10 minutos em protesto pela suspensão da consulta.
Várias organizações políticas e cidadãs anunciaram ainda que se não for levada a cabo a votação, para cuja organização se inscreveram 40 mil voluntários, realizarão no domingo uma manifestação sem precedentes em demanda do direito a decidir.
Fonte: Prensa Latina