Cuba pede na ONU a eliminação das formas contemporâneas de racismo
Nesta segunda-feira (3), diante da Organização das Nações Unidas (ONU), o secretário do Conselho de Estado cubano, Homero Acosta, chamou a erradicar as formas modernas de racismo, discriminação, xenofobia e intolerância, bem como as causas reais que geram esses fenômenos.
Publicado 04/11/2014 15:53
Após 13 anos de adotados a Declaração e o Programa de Ação de Durban, em muitas partes do mundo continuam tais manifestações, enquanto milenares civilizações e religiões são demonizadas pelos centros de poder e seus meios de comunicação, advertiu aqui.
De acordo com o alto funcionário, o adverso cenário ratifica a necessidade de estabelecer uma nova ordem internacional baseada na igualdade, solidariedade e justiça social, reivindicação defendido pela nação caribenha em diversos foros.
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Acosta interveio na Terceira Comissão da Assembleia Geral da ONU, onde se analisaram a implementação do acordado em 2001 na cidade sul-africana sede da Conferência Mundial contra o Racismo e o tema do direito dos povos à autodeterminação.
"Cuba reconhece as importantes contribuições do Grupo de Trabalho de Especialistas sobre os Afrodescendentes e o Comitê para a Eliminação da Discriminação Racial, e acolhe com beneplácito os esforços pela proclamação da Década para os Afrodescendentes", sublinhou na Comissão a cargo dos assuntos sociais, humanitários e culturais.
Recordou também que igualmente a outras nações latino-americanas e caribenhas, na maior das Antilhas são constatáveis as consequências do tráfico transatlântico de escravos.
O secretário do Conselho de Estado cubano destacou os laços históricos de seu país com a África, onde Havana "contribuiu com suor e sangue de centenas de milhares de seus filhos para ajudar na emancipação de um continente o qual toda a humanidade será sempre devedora".
Além disso, o povo africano conhece a contribuição generosa e altruísta do pessoal de saúde cubano, como hoje faz na luta contra a epidemia de ebola, afirmou.
Com respeito ao tema da livre determinação, assinalou que se trata de uma condição prévia para o usufruto dos direitos humanos.
"Enquanto persista a dominação e ocupação estrangeiras, não fará sentido falar sobre o respeito a esses direitos", alertou.
Acosta reiterou o apoio de Cuba ao direito inalienável dos palestinos em estabelecer seu próprio Estado independente e soberano, e a denúncia pelo bloqueio econômico, comercial e financeiro que por mais de 50 anos os Estados Unidos tem imposto ao país, apesar da condenação mundial ao unilateral cerco.
Na Terceira Comissão da Assembleia Geral, ao alto servidor público também se referiu ao problema do uso de mercenários, pelo seu impacto na soberania dos países.
"Como a cada ano, Cuba está apresentando o projeto de resolução intitulado Utilização de mercenários como meio de violar os direitos humanos e obstaculizar o exercício do Direito dos povos à livre determinação, convidamos às delegações a apoiar e patrocinar esta iniciativa", afirmou.
Fonte: Prensa Latina