Irã vê oportunidade para acordo nuclear sem abrir mão de direitos
O Irã pediu, nesta quarta-feira (29), para que a equipe do país que negocia com o Ocidente sobre as questões do programa nuclear iraniano aproveite o que chamou de oportunidade de ouro para chegar a um acordo final. No entanto, descartou qualquer possibilidade de renúncia aos seus legítimos direitos.
Publicado 29/10/2014 10:27
Um editorial do jornal em Inglês Irã Daily, que muitas vezes reflete os pontos de vista do Governo, salientou a necessidade de um "avanço histórico" nas conversas com os diplomatas locais do Grupo 5 + 1 (Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha França e Alemanha).
Neste sentido, apela para que nas próximas conversações em Genebra o ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Zarif Javadd, e a chefe da política externa da União Europeia, Catherine Ashton, cheguem a um entendimento através de "incansáveis esforços".
O Irã Daily diz ainda que a equipe de negociação foi formada na república islâmica "após 11 anos de tentativas e erros" e que, apesar dos êxitos obtidos, existem radicais nacionais e estrangeiros que causam preocupação com as abordagens negativas sobre as negociações.
Então, o jornal pediu que os "radicais domésticos" não esqueçam que esta equipe trabalha sob supervisão direta das mais altas autoridades do país, começando com o Líder Supremo da Revolução Islâmica, o aiatolá Ali Khamenei.
O G5 + 1 não tem poupado esforços para impor restrições ao desenvolvimento nuclear do Irã, que tinha 200 centrífugas há uma década e aumentou o número de máquinas para enriquecer urânio em sintonia com as necessidades do país.
Mas agora o Sexteto está "procurando desesperadamente fechar este caso que já foi desnecessariamente prolongado e tornou-se muito caro para eles, uma vez que o dossiê nuclear iraniano foi parar no Conselho de Segurança da ONU ".
Em novembro de 2013, o Irã e o G5 + 1 chegaram a um acordo provisório que pavimentou o caminho para as negociações em curso para um acordo definitivo que deve ser construído até o dia 24 de novembro.
Este acordo permitiu o levantamento parcial das sanções econômicas do Ocidente em troca de limites para as atividades do programa nuclear de Teerã e trouxe esperança para um boom na economia iraniana.
Mas tanto o jornal, como o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Marzieh Afkham, enfatizaram que "esta oportunidade de ouro" deve ser usada para preservar os direitos do Irã ao uso pacífico da energia nuclear, sem violar o que é aqui considerado "linhas vermelhas".
Falando em Pequim, Afkham negou qualquer acordo sobre as questões pendentes nas negociações e disse que a única coisa que está decidido é o nome do futuro acordo, que será chamado de Plano de Ação Conjunta Abrangente.
Respondendo as especulações de adversários políticos, o porta-voz negou que o governo de Hassan Rouhani permitirá que se cruzem “linhas vermelhas” da república islâmica, porque qualquer acordo nesse sentido "será nulo".
Fonte: Prensa Latina