“Virei Viral” destaca o exibicionismo e a identidade nas redes sociais
Sucesso em 2013, quando recebeu mais de 120 mil visitantes e foi apontada como uma das melhores exposições em cartaz no Rio de Janeiro, a mostra Virei Viral chega à sua segunda edição com a proposta de ampliar a discussão sobre o impacto da cibercultura no comportamento dos indivíduos.
Publicado 22/10/2014 09:10
Com o tema Identidades e Coletividades, a exposição, aberta na noite desta terça-feira (21), para convidados, no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio (CCBB-RJ) reúne obras de artistas brasileiros e estrangeiros que abordam uma questão que domina hoje as redes sociais: individualidade versus exibicionismo exacerbado.
Na seleção dos trabalhos, a curadoria da exposição partiu de uma indagação sobre o que ocorre quando os eventos cotidianos se multiplicam e se tornam hipertextualizados. Qual o papel de uma rede social como o Facebook, que já soma 1,3 bilhão de usuários – 89 milhões deles no Brasil – na formação ou na deformação da identidade?
“O foco é os selfies e as personagens que as pessoas constroem nas redes sociais”, explica a curadora Isabel Seixas. “Algumas obras retratam a questão da identidade de forma bem crítica, irônica, e outras são mais reflexivas. É uma exposição que tem desde momentos hilários, para o público rir mesmo, a projetos que provocam o espectador e o levam a tirar suas próprias conclusões sobre até que ponto é válido se expor nas redes sociais”, destaca.
As obras expostas utilizam técnicas variadas, como o vídeo surrealista de Antonia Leite e a foto-pintura de Mestre Julio. Na obra Retratos Anônimos, a artista Claudia Jaguaribe junta cromos coloridos e em preto e branco, como uma máscara, para retratar homens, mulheres, jovens e velhos. “Esse trabalho funciona como se fosse o precursor da questão do selfie, que questiona a forma com que você se representa, a mesma pessoa pode ter várias caras conforme a sobreposição. É um precursor da questão da identidade”, explica a artista.
Todos em Uma é o título da obra de Alexandre Mazza, que aborda, de forma reflexiva, a individualidade versus padronização/representação. Já a norte-americana radicada em Londres Stefanie Posavec dá vida real aos desempenhos dos usuários das redes sociais, com a obra Relationship Dance Steps, montada na entrada da sala de exposição. Os renomados fotógrafos Kyle Thompson e Michael Wolf também integram a lista de artistas estrangeiros com obras nesta edição do Virei Viral.
A mostra está aberta ao público, com entrada franca, a partir desta (22) e poderá ser vista até 22 de dezembro, de quarta a segunda-feira, das 9h às 21h. O CCBB Rio fica na Rua Primeiro de Março, 66, no centro do Rio de Janeiro.