Ministra vai acompanhar combate ao incêndio em parque nacional
A ministra do Meio Ambiente, Isabella Teixeira, vai se reunir nesta sexta-feira (17) à tarde, na sede do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Teresópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, com a equipe da Operação Mata Atlântica que trabalha no combate ao fogo no Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso).
Publicado 17/10/2014 10:07
“Nós vamos apresentar como está a situação e a partir daí definir os próximos passos do combate”, revelou em entrevista, o coordenador de emergências ambientais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Christian Berlinck. Ele veio ontem (16) de Brasília para comandar a Operação Mata Atlântica, com a integração de várias instituições no combate ao fogo.
A linha de fogo próxima à Cachoeira da Macumba, que atingiu 595 hectares (um hectare equivale às medidas de um campo de futebol oficial), foi controlada na noite desta quinta-feira, mas o incêndio ainda não é considerado extinto. “Ele está controlado, mas a gente não pode dizer ainda que foi extinto. Ele está cercado”, informou Berlinck. Um grupo de sete brigadistas vai permanecer no local para evitar que as chamas voltem a surgir. Agora a preocupação ainda persiste com uma outra linha de fogo no Morro do Mamute que se intensificou hoje à tarde. Por ser de difícil acesso, ainda não foi possível avaliar a extensão do incêndio nesta parte do parque.
Depois de um sobrevoo nesta quinta-feira, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, admitiu que, se houver necessidade, pode pedir a ampliação do apoio dado pelo governo federal, que já cedeu helicópteros da Marinha. “Acho que poucas vezes tivemos uma queimada tão grande. Estava sobrevoando e é assustador. Então, ver o que precisa de mais apoio, nos colocarmos a disposição se precisar pedir à presidenta”, disse, lembrando que as Forças Armadas já ajudaram em tragédias de enchentes no estado e agora apoiam as operações na queimada. “Isso é que vale no entendimento. Ver o que mais precisa para a gente combater isso e torcer para ver se chega um pouquinho de chuva, porque já começa a faltar água”, comentou.
O secretário de Estado de Defesa Civil e Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões, disse que cerca de 600 integrantes da corporação estão se revezando no combate aos incêndios na região serrana. “Temos cerca de uma semana de eventos em todo o estado. Em Rio das Flores fizemos trabalho efetivo e a partir de domingo os programas se intensificaram aqui na região serrana. Ao longo desses dias empenhamos aqui um efetivo de 600 homens revezando-se em função da rusticidade do trabalho”, explicou.
Segundo o secretário, hoje há oito focos, sendo quatro deles próximos ao parque nacional e mais quatro na Reserva Biológica de Araras, em Petrópolis, além de alguns pontos no perímetro urbano, que são atendidos com socorro convencional de bombeiros. “A nossa expectativa é que nos próximos dias efetivamente esses focos sejam extintos. A previsão do tempo nos dá conta que, a partir de domingo e segunda- feira, nós tenhamos chuva fraca, o que vai ajudar muito no trabalho". Ele acrescentou que a Marinha já disponibilizou duas aeronaves e há previsão de receber mais quatro. “Estamos fazendo um trabalho preventivo e de logística, porque a gente considera que o emprego dessas aeronaves para o deslocamento de tropas para outros pontos vai facilitar o emprego de pessoal por terra”, analisou.
Simões disse ainda que, no perímetro urbano, não houve registro de casas atingidas. Ele considerou natural a preocupação de moradores ao verem o crescimento do fogo, mesmo que ele esteja a uma distância considerável. “Em uma área de vegetação muito seca, isso causa um medo natural, que na maioria das vezes é imaginário, que a pessoa supõe que ele [o fogo] pode chegar a sua casa. Não temos nenhum registro de nenhuma situação real em que uma casa tenha sido atingida. Temos situações em que casas foram ameaçadas e tivemos em um determinado ponto uma casa em uma área de muita vegetação que tivemos que manter uma viatura e guarnição permanentemente lá até o controle efetivo do fogo”, esclareceu.
O secretário disse também que até a água de piscinas está sendo utilizada para o combate aos incêndios. “A maioria das vezes temos usado piscinas e há uma compreensão natural de todas as pessoas, mas há muita possibilidade de rios, nascentes e lagoas, que permitem e facilitam muito o trabalho da aeronave, porque ela consegue captar água próxima do foco de incêndio onde vai ser feito o combate”, disse.
De acordo com o coordenador do ICMBio, incluindo os 550 hectares na Área de Proteção Ambiental (APA), mais 595 hectares do Parnaso e dos incêndios que vem sendo combatidos pelos bombeiros nos municípios próximos ao parque, foram atingidos cerca de 2,4 mil hectares.
Fonmte: Agência Brasil