Economist diz que avanços sociais não são palpáveis e defende Aécio
A revista britânica The Economist, um dos panfletos do sistema financeiro internacional, publicou artigo, nesta quinta-feira (16), em que defende a eleição de seu representante neoliberal, Aécio Neves (PSDB), no segundo turno das eleições no Brasil.
Publicado 16/10/2014 16:53
“Neves merece vencer”, diz a revista. “Ele fez uma campanha persistente e provou que pode fazer suas políticas econômicas funcionarem”, completa a publicação. A The Economist foi duramente criticada pela presidenta Dilma Rousseff, candidata à reeleição, depois que a publicação se achou no direito de pedir a demissão do ministro da Fazenda, Guido Mantega. No ano passado, a revista resolveu tecer comentários sobre a presidenta por não permitir que o rentismo ditasse as regras da economia, razão pela qual Dilma foi chamada de ‘intervencionista’ pela publicação.
Com uma ilustração de uma Carmem Miranda com frutas estragadas – referência preconceituosa que coloca o Brasil como a ‘república das bananas’ – o artigo intitulado “Por que o Brasil precisa de mudança” revela o desapontamento da revista com o resultado do primeiro turno das eleições, pois após os protestos de junho “era de se esperar que os brasileiros dispensassem Dilma já no primeiro turno”.
A revista diz ainda que Aécio “está tendo dificuldades em persuadir os brasileiros mais pobres de que as reformas que ele defende – de que o país necessita urgentemente – irão beneficiá-los, e não prejudicá-los”.
A explicação para tal ‘absurdo’, segundo a publicação, seria a “gratidão popular” com o governo Dilma, questões menos importantes para o sistema financeiro. “A gratidão popular pelo pleno emprego, maiores salários e uma série de programas sociais eficientes – não só a transferência de renda do Bolsa Família, mas casas a preços populares, bolsas estudantis e programas de eletricidade e água no Nordeste”, diz a revista.
A revista admite que “são verdadeiras conquistas”, mas que são pouco palpáveis para a economia e a política. A eleição de Aécio, segundo a revista, tornaria concretas as medidas que o capital financeiro tanto aspira. Diz ainda que Aécio tem uma equipe “impressionante”, citando o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, como a principal personalidade credenciada para aplicar a receita de ajustes.
Puxão de orelha em Aécio
A revista também puxou a orelha do tucano dizendo que “falhas de Neves como candidato”, citando a descoberta de gasto de dinheiro público na construção do aeroporto em Cláudio (MG), em terras de um parente, serviram de munição para a campanha de Dilma. A esperança da Economist é que “com sorte”, outros escândalos não aparecem e o apoio de Marina Silva possa ajudar a elegê-lo.
Não é a primeira vez que a revista se manifesta em apoio a candidatos tucanos. Em 2010, a Economist publicou artigo defendente a eleição de Serra, dizendo que ele “seria um presidente melhor do que Dilma Rousseff”. A história mostrou o contrário.
Da redação do Portal Vermelho
Com informações de agências