Rússia pretende intensificar ajuda no combate ao ebola
A Rússia ajudará a lutar contra a epidemia de febre hemorrágica ebola, asseverou o presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin, nas conversações com a chefe da Organização Mundial de Saúde, Margaret Chan, em Moscou.
Publicado 14/10/2014 09:44
Em particular, a Rússia pode conceder “cápsulas” únicas para transportar doentes infetados, assim como meios de aviação especiais que não têm outros países.
A propagação do vírus ebola está ganhando caráter de pandemia. Segunda-feira, 13 de outubro, pacientes com sintomas da doença foram internados na Polônia e na Bélgica. Anteriormente, fora confirmado o contágio de ebola por cidadãos da Espanha, Noruega, EUA, França.
O número de doentes em países da África Ocidental ultrapassou 8,5 mil pessoas. Por enquanto não existem remédios contra esse mal e por isso os médicos propõem um tratamento puramente sintomático que na maioria dos casos não leva a resultados positivos. Atualmente, as principais medidas de prevenção são a quarentena e a aplicação de produtos de higiene sanitária.
“A Rússia faz o possível para proteger a população do vírus ebola”, comunicou o presidente do país, Vladimir Putin, conversando com a diretora-geral da OMS, Margaret Chan. “Ao mesmo tempo, a Rússia continua a ajudar outros países a lutarem contra essa doença perigosa.
Participamos da luta contra essa infeção. Alguns países europeus dirigiram-se à Rússia, solicitando disponibilizar, se forem necessários, aviões especiais que os nossos colegas não têm por enquanto. Hoje, nossos peritos estudam a possibilidade de interagir nessa área. Estamos dispostos a discutir também outras ações da parte russa”.
Além de aviões com equipamentos médicos especiais, a Rússia dispõe também de chamadas “cápsulas” – compartimentos isolados móveis destinados para o transporte de pessoas infectadas, disse o acadêmico Viktor Maleev, vice-diretor para investigações clínicas do Instituto de Epidemiologia.
“Essas ´cápsulas´ estão bem isoladas e os doentes, durante o transporte, não representam perigo de propagação da infecção. No interior delas se mantém pressão negativa, impedindo que os produtos de secreção do doente entrem no meio ambiente. As ´cápsulas´ são de fabricação russa”.
Além disso, cientistas russos estão perto da elaboração de uma vacina contra o vírus ebola. Os trabalhos estão sendo efetuados em vários vetores, tanto em clínicas no território da Rússia, como em centros médicos na Guiné, onde se encontram agora especialistas russos, comunicou a ministra da Saúde da Rússia, Veronika Skvortsova.
“Atualmente, estamos criando três vacinas. Uma delas já passou por testes pré-clínicos e está pronta para ensaios clínicos. Ela foi criada a partir de uma estirpe inativa do vírus. Outras duas são vacinas de engenharia genética que estão sendo desenvolvidas pelos principais institutos de virologia da Rússia. A meu ver, estas vacinas estarão prontas dentro de seis meses. Além disso, começamos a elaborar preparados especiais baseados em anticorpos monoclonais para o tratamento dessa doença”.
No momento atual, já são conhecidas várias vacinas experimentais contra o vírus ebola, produzidas, em particular, nos Estados Unidos e no Reino Unido. Foram testadas com êxito em primatas, mas são pouco eficazes para os humanos. Especialistas de diferentes países continuam a trabalhar dinamicamente nessa área.
Fonte: Voz da Rússia