Bloqueio dos EUA afeta relações de Cuba com o mundo
O bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos contra Cuba não é hoje um assunto bilateral, pois afeta as relações com o mundo, afirmou o subdiretor de Assuntos Multilaterais da Chancelaria, Pedro Luis Pedroso.
Publicado 10/10/2014 12:03
Washington usa tal desculpa mesmo que não haja nada mais afastado da verdade, esta postura está totalmente desacreditada, assegurou Pedroso.
O diplomata cubano explicou que as leis do bloqueio apontam a cortar da ilha toda possibilidade de se relacionar normalmente com os demais países.
"O bloqueio é grosseiramente extraterritorial e esse caráter está codificado em leis como a Helms Burton e a Torricelli", assinalou.
A posição internacional de rejeição para essa política estadunidense, desde 1992 até hoje, é muito clara, porque, além do que significa para Cuba, é uma ação contra o mundo, contra a soberania das nações, comentou o diretor.
Recordou que desde a primeira apresentação do tema do bloqueio a Cuba nas Nações Unidas, há 22 anos, as votações contra o cerco cresceram gradualmente até atingir cifras históricas como as de 2013, quando 188 países respaldaram o relatório da ilha.
Pedroso indicou que as regulações dessa política hostil contra Cuba violam o direito internacional, os princípios e propósitos da Carta das Nações Unidas e todas as normas da Organização Mundial do Comércio.
Acrescentou que, como a postura marcada de repúdio para o bloqueio, não há outro tema na América Latina que congregue maior união entre os presidentes da área versus Estados Unidos.
Ademais, o bloqueio é recusado quando um fórum intergovernamental se realiza, apontou.
Nesse sentido, mencionou a cúpula fundacional da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos e seus dois encontros posteriores, a da Unidade Africana, as ibero-americanas e os fóruns da Europa e América Latina, entre outros.
Além disso, há toda uma corrente de opiniões bem assentadas dentro dos Estados Unidos, tanto em setores políticos como de negócios, que assegura que essa é uma política obsoleta e, portanto, deve ter fim, sublinhou.
No dia 28 de outubro, a ONU submeterá a uma nova votação o relatório do Ministério de relações Exteriores intitulado "Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos contra Cuba".
De acordo com esse documento, os danos à ilha, em moeda atual, chegam a 116 bilhões 880 milhões de dólares.
Fonte: Prensa Latina