Lula Morais critica atual modelo político

O deputado estadual Lula Morais (PCdoB) destacou, na última quarta-feira (08/10), durante o segundo expediente, que o atual modelo de política do Brasil está levando a população ao desencanto com seus representantes. Na ótica do parlamentar, é necessária uma reforma política de inspiração popular. “Mas dificilmente isso irá acontecer, porque o Congresso Nacional será formado de empresários e representantes do capital”.

O parlamentar frisou que a reforma só terá uma inspiração popular se a presidente Dilma Rousseff for reeleita e convoque uma assembleia Constituinte. “Isso dentro de propostas democráticas e sem excluir partidos políticos com cláusulas de barreira”, acrescentou. Segundo o comunista, o oponente de Dilma no segundo turno não está disposto a realizar qualquer reforma que possa interessar ao conjunto da população.

Lula Morais acentuou que há uma reforma tramitando na Câmara Federal, proposta pela OAB, entidades de classe e sindicados. “É uma reforma democrática, que preserva partidos e coligações”, desde que haja interesses comuns. Uma das modificações será a votação em partidos políticos e não mais em candidatos, num primeiro turno. Só em um segundo turno seria votado o candidato em uma lista escolhida pelo partido.

“Não haverá cláusula de barreira, mas não teremos mais 700 candidatos disputando 46 cadeiras na Assembleia, por exemplo. Apenas 92, preservando a proporcionalidade de votos obtidos por cada legenda”, acrescentou. O deputado defendeu o financiamento público de campanha que dará iguais condições a todos os candidatos. Lula Morais também criticou a adoção do voto distrital. Para ele, esse tipo de voto seria um desastre para os representantes de partidos populares, que não teriam igualdade de condições para eleger.

Em seu pronunciamento, o parlamentar ainda agradeceu aos quase 13 mil eleitores que votaram em seu nome, e também agradeceu aos assessores de gabinete, militantes do partido, e todos os apoiadores que defenderam a sua candidatura.

Em aparte, o deputado Professor Pinheiro (PT) disse que é preciso conhecer o sistema argentino, para que sejam evitados os erros, como o esvaziamento do deputado provincial, privilegiando os “caciques” de cada partido, que definem quem é eleito, ou não.

Fonte: Agência de Notícias da Assembleia Legislativa