Eleições dividem e desenham guerra no horizonte ucraniano

O presidente Petro Porochenko ratificou sua posição dupla sobre a paz quando assegurou frente a imprensa que são completamente diferentes o nome e o conteúdo das leis de anistia e do regime especial de governos locais em algumas zonas controladas por milicianos em Donetsk e Lugansk.

Por Jorge Petinaud Martínez*

Petro Porochenko

Não será aprovada nenhuma super faculdade aí. E nenhum território da Ucrânia poderá influir na política interna ou exterior do país, pondo em perigo a soberania e a integridade territorial, disse ao negar o plano de independência das duas insurgentes Repúblicas Populares.

Ao dizer que não se trata de um status especial dos governos locais, recordou que este regulamento aprovado no Parlamento como um passo para a pacificação do país no meio da campanha eleitoral com vista às eleições legislativas de outubro, foi introduzido há três anos.

Esta lei é uma lei marco e não tem disposições de ação direta, salvo uma sobre as eleições, que levarão a cabo sozinho quando os cidadãos armados abandonarem as ruas. Caso contrário ninguém vai reconhecer os resultados, agregou o governante.

Ao falar da Lei de Anistia, pontuou como condição indispensável a rendição de quem desejar receber este benefício.

"Terão que entregar as armas e se registrarem. É uma prática internacional absolutamente clara, que é utilizada por todas as nações civilizadas, e será utilizada pela Ucrânia", afirmou enfático.

O magnata eleito presidente refletiu os objetivos eleitorais de ambas leis ao se referir a quem ataca os candidatos de seu partido com o argumento de que atuam com debilidade frente às repúblicas rebeldes.

Se não tivéssemos aprovado ditas leis, a Ucrânia poderia ser culpada pelo fracasso do processo de paz, explicou à imprensa ao voltar de uma viagem recente aos Estados Unidos.

Isto teria desatado as mãos daqueles que tratam de pôr fim ao cessar fogo e culpar da perda do apoio internacional, acrescentou o presidente.

Reiterou que com a aprovação dos regulamentos, Kiev cumpriu o disposto no plano de paz.

No entanto, foi explícito ao informar que agora reforçam a defesa do país e sob a supervisão do vice premiê Vladimir Groisman os melhores especialistas do país constroem fortificações para controlar toda a fronteira.

Ao indicar que o Serviço de Segurança tem melhorado significativamente seu funcionamento, informou que se amplia a cooperação com "assessores estrangeiros que ajudarão a construir a defesa nacional sobre a marcha".

Temos que estar preparados para defender nosso país, disse, e informou que proximamente será apresentado o conceito da reforma do setor da defesa e a segurança.

*Correspondente da Prensa Latina na Rússia.