Palestina pede apoio para que ocupação israelense cesse em 2016
As autoridades palestinas insistiram nesta sexta-feira (3) na necessidade de que o Conselho de Segurança da ONU aprove uma resolução que daria a Israel o prazo até novembro de 2016 para se retirar dos territórios que ocupou em 1967.
Publicado 04/10/2014 15:54
"Deve ser feita uma clara reivindicação a Israel, a potência ocupante, para que cesse todas suas ações ilegais e se comprometa com o caminho da paz", declarou o representante palestino perante a ONU, Riyad Mansur, em carta enviada à Presidência do Conselho.
Segundo Mansur, a comunidade internacional "deve deixar de tolerar os pretextos vazios" de Israel e tomar medidas coletivas para terminar com a ocupação.
Por isso, pediu aos membros do Conselho de Segurança apoio à iniciativa palestina que procura obrigar Israel a retirar-se de Jerusalém Oriental e outros territórios que conquistou na guerra de 1967.
Esse movimento diplomático – antecipado perante a Assembleia Geral da ONU pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas – se traduziu em uma minuta de resolução que fixa um calendário preciso para o fim da ocupação e para avançar rumo a uma solução de dois Estados para o conflito do Oriente Médio.
O texto, que por enquanto não foi distribuído de forma oficial entre os membros do Conselho, pede que Israel se retire de todos os territórios ocupados desde 1967 "o mais rapidamente possível" e, no mais tardar, antes de novembro de 2016. Também reivindica que se resolva o status de Jerusalém como capital dos dois Estados e que se torne realidade "a independência e soberania do Estado da Palestina e o direito à autodeterminação do povo palestino".
Em seu discurso da semana passada, Abbas assinalou a aprovação da resolução como passo prévio ao reatamento das conversas de paz e advertiu que, se a iniciativa não prosperar, se disporia a assinar o Estatuto de Roma. Esse passo permitiria à Palestina ingressar no Tribunal Penal Internacional para que Israel seja julgado por crimes de guerra.
A resolução, no entanto, tem poucas chances de ser aprovada, uma vez que os Estados Unidos – o principal aliado de Israel – têm poder de veto no Conselho de Segurança.
No último mês de julho circulou nos corredores da ONU uma minuta de resolução da iniciativa jordaniana para exigir a Israel o final dos ataques contra a Faixa de Gaza, mas em nenhum momento o texto foi submetido à votação no Conselho de Segurança.
O novo movimento palestino acontece após o fim da operação israelense em Gaza e em um momento no qual a comunidade internacional busca possibilidades para reconduzir o processo de paz, após a fracassada iniciativa liderada nos últimos meses pelo secretário de Estado norte-americano, John Kerry.
Neste sábado (4), o novo primeiro-ministro sueco, o social-democrata Stefan Löfven, afirmou durante a leitura da declaração de governo que reconhecerá a Palestina como Estado independente.
Fonte: Ópera Mundi