Filha de Che Guevara diz que missão cubana contra ebola é um "dever"
"As missões médicas cubanas no mundo estão sustentadas sobre o princípio de que solidariedade não é dar o que sobra, mas fornecer o que outros precisam", destacou a médica pediatra Aleida Guevara March, filha de Ernesto "Che" Guevara, durante uma viagem a Buenos Aires.
Publicado 03/10/2014 09:59
Aleida visitou a capital da Argentina e deu seu total apoio ao programa "Operação Milagre", que já devolveu a visão a cerca de 48 mil argentinos desde 2005.
Ela falou também sobre a viagem de especialistas cubanos para África com o objetivo de trabalhar no combate do vírus ebola. Nesta quarta-feira (1º/10), o presidentes Raúl Castro, despediu-se de 165 profissionais que compoem uma missão dirigida à Serra Leoa. O contingente é integrado por 62 médicos e 103 enfermeiros, todos com experiência em desastres naturais e epidemioas.
"É o que estamos acostumados", disse Aleida à Prensa Latina, quando perguntada a sua opinião sobre essa nova ajuda solidária. "É nosso dever; somos afro-latino-americanos, e vamos retribuir solidariamente aos filhos desse continente por sua contribuição à nossa nação", aprofundou em sua reflexão.
Aleida Guevara participou na noite desta quinta-feira (2) do debate "Os trabalhadores da saúde e as missões internacionais de Cuba", organizada pela Associação de Trabalhadores do Estado no Auditório Evita de sua sede nacional em Buenos Aires.
A filha de Che Guevara destacou que desde os anos de 1960 até hoje, cerca de 76.745 colaboradores da área de saúde trabalharam em 109 países do mundo, destes 39 africanos. Nestes momentos – afirmou – trabalham 4.048 em 32 países desse continente, deles 2.269 médicos.
Mas essa ajuda é prestada também à América Latina, onde há milhares de cooperantes, entre doutores, técnicos e enfermeiros, na Venezuela, na Bolívia, no Equador, na América Central e mais recentemente se abriu uma nova frente no Brasil.
Apesar de ser um país pobre e, além disso, bloqueado pelos Estados Unidos, Cuba prestou essa ajuda sem descuidar da atenção médica na ilha, onde hoje a taxa de mortalidade infantil é de quatro em cada mil nascidos vivos; no triunfo da revolução era de 60 em cada mil, comparou.
Além dessa cooperação, o líder histórico da revolução cubana, Fidel Castro, abriu em Havana em 1999 a Escola Latino-americana de Medicina (Elam).
Em Cuba, já se graduaram mais de 38.920 profissionais da saúde de 121 países da América Latina, África e Ásia, particularmente na Elam. Além disso, especialistas cubanos contribuem com a formação de 29.580 estudantes de medicina em 10 nações do mundo.
A filha do Che destacou a criação em 2005 do contingente internacional de médicos especializados em desastres naturais e epidemiológicos Henry Reeve. De seus membros, 4.156 já cumpriram missões em sete países: Guatemala, Paquistão, Bolívia, Indonésia, México, Peru e China com importantes resultados em seu trabalho.
Fonte: Prensa Latina