Contag luta por formação para trabalhadores rurais
O apoio do governo para a formação de agricultores familiares foi o principal assunto discutido na última sexta-feira (26) pela Contag, durante reunião com o ministro da Educação, Henrique Paim.
Publicado 29/09/2014 12:34
A Contag foi representada pelo vice-presidente e secretário de Relações Internacionais William Clementino, os secretários José Wilson Gonçalves e David Wylkerson, de Políticas Sociais e Política Agrária, respectivamente, além da assessoria e o secretário Romildo Assis, do sindicato de Itaberaí que compareceu representando a Federação do Goiás (Fetag). Além deles, participaram também a equipe executiva do Ministério, o reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Orlando Afonso Valle, e João Denes Ferraz, agricultor familiar formado na primeira turma de Direito do Pronera.
O grupo levou para a mesa três pontos da luta pela educação do campo: a continuidade da obra do Centro de Formação de Caldas Novas, o pedido de novas turmas do curso de Direito para assentados e agricultores familiares e as demandas do Pronatec Campo.
O Centro de Formação de Caldas Novas já é uma demanda que há oito anos aguarda conclusão. Trata-se de uma obra em uma área pertencente à UFG, cedida por Furnas após a conclusão de uma grande obra na região. A ideia é utilizar o espaço para a construção de um campus que tenha cursos superiores e profissionalizantes para a comunidade rural da região, mas uma série de contratempos tem impedido a conclusão do projeto nos últimos anos. A CONTAG pediu que o ministro reafirmasse o compromisso de continuar investindo na reforma do Centro, como um passo importante para a educação rural no Goiás, ao que ele respondeu que o Ministério continuará apoiando as reformas necessárias para a conclusão da obra.
A outra demanda foi a continuidade do projeto de turmas de ensino superior para agricultores familiares, assim como acontece com o Pronera, programa coordenado pelo Incra para a formação de assentados da reforma agrária que dá prioridade a esse público, abrindo poucas vagas para agricultores(as). João Denes falou sobre a sua experiência e como este programa ajudou a mudar sua vida e a da comunidade em que vive e hoje atua como advogado, e afirmou que vai continuar acompanhando o programa para que mais jovens tenham uma oportunidade como a dele. “O que queremos é o entendimento do MEC para que programas como o PRONERA continuem existindo e sejam flexíveis para atingir todo o tipo de público rural, e que dessa forma o Ministério ajude a financiar esses cursos” ressaltou José Wilson. O reitor Orlando Valle afirmou que há interesse e disposição da UFG em abrir uma segunda turma de direito.
Por último, a Contag abordou a pauta que já foi levada outras vezes ao MEC, inclusive no último Grito da Terra Brasil, que trata de ajustes no Pronatec Campo para que ele atenda de fato o público rural de acordo com a realidade desse povo e ambiente, que possui várias diferenças com o meio urbano e necessita de metodologias e pedagogias específicas. “Precisamos dialogar sobre as condições, modelo pedagógico e concepção de um formato que dê conta de atender os sujeitos do campo na profissionalização no ensino técnico”, destacou Willian Clementino, ao abordar o tema.
Paim reconheceu a necessidade de implantar mudanças. “Na avaliação do Prpnatec 1 identificamos o problema de atendimento ao campo. Precisamos a relação do ministérios com as instituições formadoras. Ele será mantido para atender um público específico, e vamos aprofundar para que o institutos e redes federais possam fazer isso, então é possível fazermos essas melhorias”, garantiu.
“O Brasil tem uma dívida com a educação do campo, tanto a básica quanto a fundamental e a superior. É muito importante esse diálogo com a Contag, para continuarmos avançando e atendendo a base, como buscam os programas de educação do governo”, finalizou o ministro.
Fonte: Contag