Irã adverte que está esgotando o tempo para alcançar acordo nuclear

O governo iraniano ratificou a apreciação exposta pelo presidente Hassan Rouhani em declarações aos jornalistas na sede da ONU em Nova Iorque, quando recordou que as delegações negociadoras "têm dado passos adiante, mas estes não têm sido significativos".

Ontem, o vice-chanceler iraniano Abbas Araqchi, membro da equipe negociadora, também assinalou que as conversas com o Grupo 5+1 (os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais Alemanha) entraram em uma "conjuntura vital" e instou à contraparte a mostrar flexibilidade.

Rouhani indicou que as negociações da semana que recém conclui evidenciaram "lentos progressos" justo quando em 24 de novembro vencem os quatro meses de prorrogação das negociações pactuados em 20 de julho em Viena para selar um entendimento definitivo à disputa nuclear.

Para o Irã é prioritário o levantamento das sanções econômicas impostas pelo Ocidente como medida de pressão para o obrigar a deter suas atividades atômicas sob suspeita de que perseguem fins militares.

Tanto o chefe de Estado como o chanceler Mohammad Javad Zarif, sublinharam a vontade de prosseguir as conversas a procura de um acordo, mas descartaram renunciar ao enriquecimento de urânio com propósitos pacíficos, o qual consideram um direito legítimo de Teerã.

A república islâmica, apontou Rouhani em uma coletiva de imprensa antes de partir para Nova Iorque, "tem mostrado a flexibilidade necessária e agora corresponde ao G5+1 avançar nas negociações com vontade negociadora e sem apresentar demandas excessivas aos iranianos".

"O Irã nunca renunciará a seu direito legal a prosseguir a atividade nuclear pacífica e civil … e também não aceitará um acordo que lhe exija deter o enriquecimento de urânio em seu solo", sentenciou o presidente, ao dimensionar que esse processo se fará sempre com plena supervisão do OIEA.

O chefe da Organização de Energia Atômica de Irã (OEAI), Ali Akbar Salehi, afirmou neste sábado que a Ocidente não lhe fica mais alternativa que se envolver em negociações com o país, cujo poderio -assegurou- é sempre crescente.

"A contraparte deve ter sido o suficientemente sábia para não enfrentar mais à República Islâmica do Irã. A confrontação fez-nos mais fortes", realçou o ex-chanceler.

Na sexta-feira (26), a nação persa e as potências do G5+1 fecharam em Nova Iorque mais de uma semana de negociações sobre o programa nuclear sem chegar a um entendimento nos assuntos principais, mas com disposição a tentar um acordo definitivo dantes do 24 de novembro.

Fonte: Prensa Latina