Religiosos de Cuba e do mundo condenam bloqueio imposto pelos EUA
Organizações e personalidades religiosas de Cuba e o estrangeiro condenam o bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos a Cuba há mais de meio século. O Ministério de Relações Exteriores da ilha divulgou o relatório sobre a resolução 68/8 da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) que recolhe exemplos que sustentam a rejeição a essa política de Washington.
Publicado 27/09/2014 12:55
Sob o título Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos contra Cuba, o documento diz que o diretor executivo do Serviço Mundial de Igrejas (SMI), reverendo norte-americano John L. McCullough, defendeu em carta pública a eliminação das restrições de viagens aos seus cidadãos para visitar a ilha.
O texto difundido pela Chancelaria cubana recorda que a carta, assinada também pelo presidente do Conselho de Igrejas de Cuba, reverendo Joel Ortega, pede a exclusão da ilha da lista do governos dos EUA de Estados patrocinadores do terrorismo.
Em outra carta de 7 de maio de 2014, 16 líderes religiosos estadunidenses pediram ao presidente Barack Obama que impulsione um diálogo no mais alto nível e crie oportunidades para que os cidadãos estadunidenses apoiem o emergente setor privado e cooperativo cubano.
Outros pedidos na carta de maio estavam focados em normalizar as relações bilaterais e discutir as diferenças, no marco do respeito e da dignidade de ambas os países, explicou o relatório.
Nesse sentido, o grupo de religiosos pediu também que se permitisse a colaboração em matéria técnica ou de investimentos; igualmente qualificou como "ineficaz" e "insensata" a promoção de programas desestabilizadores contra o governo cubano.
Igualmente, em 26 de setembro de 2013, o reverendo Richard Pates, presidente da Comissão de Justiça Internacional e Paz da Conferência de Bispos Católicos dos Estados Unidos, enviou uma carta a Susan Rice, assessora de Segurança Nacional da Casa Branca, na qual exigiu do governo de Obama que encerre o bloqueio, expõe o relatório divulgado em Havana.
Desde o ano passado vários líderes protestantes vêm se pronunciando pelo fim dessa política estadunidense, entre eles o reverendo Jesse Jackson que visitou Havana, de onde declarou que a Igreja, como instituição, devia lutar contra esse conjunto de leis.
Uniu-se também a este chamado o Conselho Mundial de Igrejas, aprovando em novembro de 2013 uma resolução que pede normalizar as relações entre Washington e Havana.
O bloqueio contra Cuba, iniciado em 1962 pelo governo do presidente norte-americano John F. Kennedy, já é o mais prolongado registrado na história universal.
A partir de 1992 e com caráter anual, a diplomacia cubana leva à ONU uma consulta sobre a permanência ou não dessa política.
Sucessivamente a quantidade de votos a favor do fim do bloqueio tem crescido, até que em 2012 e 2013, 188 dos 193 membros da ONU aderiram a essa causa.
Fonte: Prensa Latina