Desestabilizar a economia dos países é terrorismo, diz Cristina
A presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, pediu o juiz nova-yorkino, Thomas Griesa, a trazer à luz o destino dos US$ 539 milhões que seu país depositou e hoje estão mantidos “em um limbo”.
Publicado 25/09/2014 15:27
Em declarações à imprensa de Nova York, logo depois de comparecer à Assembleia Geral da ONU e ao Conselho de Segurança, a presidenta afirmou que o dinheiro destinado a pagar os credores “não está embargado, e tampouco será devolvido”.
A presidenta destacou a aprovação na ONU da resolução que estipula criar um marco regulatório e jurídico para as reestruturações de dívidas soberanas. Ratificou seu desejo de “ter sancionada esta norma para a próxima Assembleia Geral em 2015”.
O conflito que encara atualmente com os fundos abutres foi um dos pontos que abordou a presidenta em sua participação durante a Assembleia Geral da ONU, onde denunciou esses grupos que se utilizam de cumplicidade com o Poder Judicial dos Estados Unidos para perseguir e hostilizar a Argentina.
“Não são terroristas apenas os que colocam bombas, mas também são terroristas econômicos os que desestabilizam a economia dos países e provocam fome, miséria e pobreza”, afirmou.
Neste sentido, acusou os denominados “holdouts” de ameaçar, hostilizar, caluniar e provocar rumores e infâmias “desde o pessoal até o financeiro” e de obstruir “a coleta de quem confiou na Argentina”.
Após o discurso da presidenta, o juiz Griesa convocou os representantes da Argentina para uma nova audiência, na próxima segunda-feira (29), e ameaçou a Argentina de impor uma multa de US$50 mil diários por desacato.
Griesa sentenciou a Argentina a pagar uma imensa soma a um minúsculo número de fundos abutres, em especial às partes em litígio NML Capital, Aurelius e Elliot, a uma exorbitante taxa de 1600% do valor em que compraram em 2008 os bônus de dívida em cessão de pagamentos.
Além disso, embargou US$539 milhões que Buenos Aires depositou no Banco de Nova York para ser distribuídos entre os credores que concordaram reestruturar o pagamento da dívida às trocas de 2005 e 2010.
Como resposta, o governo argentino tirou deste banco a jurisdição para o pagamento dos saldos, e a abriu no Banco Central em Buenos Aires, e como alternativa designou a França.
Fonte: Prensa Latina