Governo da Colômbia e Farc-EP retomam Diálogos de Paz em Havana
Representantes do governo da Colômbia e membros das Farc-EP (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo) retomaram nesta terça-feira (23), em Havana, contatos para continuar os debates sobre as vítimas do conflito armado no país, no contexto dos diálogos de paz, realizados desde novembro de 2012.
Publicado 23/09/2014 09:23
Como resultado dessas práticas, os representantes do presidente Juan Manuel Santos e as Farc-EP entraram em consensos em assuntos relacionados à reforma rural, participação política das Forças Armadas e drogas ilícitas.
A guerra na Colômbia já deixou cerca de 6,5 milhões de vítimas, entre elas, mais de 200 mil mortos, portanto é crucial encontrar mecanismos para reparar os atingidos e assegurar que esses crimes jamais voltem a acontecer.
Durante este ciclo, representantes desses afetados participaram da mesa de diálogos para narrar suas experiências e expor propostas, como parte de um esforço coordenado pela ONU, a Conferência Episcopal e a Universidade Nacional da Colômbia.
Este será o terceiro grupo de vítimas a participar dos diálogos em Havana, a previsão é que outros dois, compostos por doze pessoas cada um, participem das próximas rodadas, até completar um total de 60 pessoas, selecionadas pelas instituições citadas.
A presença dos afetados pelo conflito – inéditas na história deste processo – tem sido qualificadas como transcendentais pelas delegações de paz encabeçadas pelo ex vice-presidente, Humberto de la Calle, e o comandante guerrilheiro Iván Márquez.
A esta iniciativa da mesa se somaram outras que imprimem uma nova dinâmica aos diálogos de paz, como a criação da Comissão Histórica do Conflito e Suas Vítimas, e de uma subcomissão que adianta as análises sobre o fim da guerra.
Outro grupo de trabalho, integrado por até cinco representantes de cada parte, contribui para garantir um foco de gênero nas discussões, assim como os consensos conquistados e por conquistar.
Desde as primeiras apresentações das vitimas, toma força a exigência de um cessar fogo bilateral que contemple um ambiente propício para o desenvolvimento dos diálogos, e garanta a continuidade deste processo.
Apesar da complexidade do processo e dos desencontros, ambas as partes tem expressado otimismo e vontade de avançar nas conquistas dos acordos que permitam alcançar a paz estável e duradoura para a Colômbia.
Fonte: Prensa Latina