Movimentos de todo o mundo devem se encontrar com o Papa em outubro

Buscando responder ao compromisso firmado pelo Papa Francisco de construir uma Igreja Católica voltada aos pobres e excluídos, por um desenvolvimento mais justo em toda a sociedade, será realizado, de 27 a 29 de outubro deste ano, na Cidade do Vaticano, o Encontro Mundial de Movimentos Populares. O objetivo é reunir representantes de organizações sociais de todo o mundo e de membros eclesiásticos para que juntos vislumbrem novos caminhos de inclusão social.

papa com indigenas - Reprodução

Já estão convidados dirigentes de organizações de trabalhadores excluídos e informais, migrantes, jovens marginalizados, agricultores familiares e camponeses sem terra, moradores de assentamentos urbanos informais e de zonas marginalizadas. No espaço, será dada especial prioridade aos jovens e às mulheres, que, em muitos casos, sofrem múltiplas injustiças.

Para o evento também são convidados bispos e agentes pastorais, que acompanham os movimentos sociais ou pessoas que sofrem exclusão. A expectativa é de que participem cerca de 150 representantes das lutas sociais, sendo 100 deles oriundos de organizações populares de diferentes continentes, 30 bispos de várias partes do mundo e outros 20 da Igreja local e da Cúria Romana.

"É desejo da Igreja tomar para si mesma as necessidades daqueles que sofrem marginalização e exclusão e que, com diversas iniciativas, buscam ser protagonistas de uma mudança social que permita a edificação de um mundo mais justo”, expõe o convite do Encontro. "Por isso, pela convocatória a esse Encontro, a Igreja busca apoiá-los, aconselhá-los e fortalecê-los nesse empenho, reconhecendo com o contato direto suas experiências e aprendendo com estas para enriquecer sua própria missão”, acrescenta o texto do comunicado sobre o Encontro.

Metodologia do debate

A pretensão é gerar um encontro inclusivo, onde todos se sintam protagonistas. Para isso, ele se estruturará sobre a base "Ver-Julgar-Atuar”, que promove a metodologia de escutar, estimular o discernimento e honrar um compromisso. Primeiramente, serão realizados relatos sobre a realidade da exclusão a partir das experiências dos participantes. Em seguida, haverá uma escuta coletiva do Evangelii Gaudium, primeira Exortação Apostólica Pós-Sinodal escrita pelo Para Francisco, publicada no encerramento do Ano de Fé, no dia 24 de novembro de 2013.

O evento promoverá ainda um momento dos participantes com o Sumo Pontífice, que deverá liderar a discussão sobre questões de marginalização social. A finalidade é obter um panorama da atual situação de vulnerabilidade, miséria e exclusão, tanto urbana quanto rural, de que padecem milhões de pessoas no planeta.

As temáticas estão simbolicamente divididas em Pão (Trabalho: trabalhadores informais, jovens marginalizados e mundo laboral), Terra (Ambiente: camponeses, meio ambiente e soberania alimentar, agricultura e pátria), e Lar (Moradia: assentamentos informais, moradia precária e periferias urbanas). Haverá ainda sessões sobre meio ambiente e mudança climática, além de debates sobre movimentos pela paz.

Após as discussões, a pretensão é que seja elaborada uma proposta de inclusão social, tanto em nível local quando global. Os representantes dos movimentos sociais serão convidados a debaterem e reelaborarem uma proposição para a formação de um Conselho Geral de Movimentos Populares, de caráter mundial. "Deseja-se promover um espaço privilegiado para quem muitas vezes é silenciado; para quem, na ordinária vida social, não conta com âmbitos propícios para compartilhar e difundir suas experiências”, aponta o convite do Encontro.

Fonte: Adital