Comércio entre América Latina e Caribe: desafio da integração
O fortalecimento do comércio entre os países da América Latina e do Caribe, cujo crescimento é considerado lento, constitui hoje um dos grandes desafios para a integração regional.
Publicado 13/09/2014 09:47
As estatísticas mostram que, precisamente, quando grandes potências extrarregionais se interessam por seus produtos e serviços, o comércio interregional só atinge 17% dos negócios globais.
A Associação Latino-americana de Integração (Aladi), com sede nesta capital, informou não obstante que no ano de 2013 esses negócios atingiram os 175 bilhões de dólares e que é grande seu potencial de crescimento.
A embaixadora peruana Aida García Naranjo, presidenta do Comitê de Representantes da Aladi, informou que no último período foram registrados oito novos acordos de alcance parcial e 43 protocolos adicionais.
Por isso, o ex-vice-presidente argentino Carlos Chacho Álvarez, secretário-geral da Aladi, recentemente reeleito até o ano de 2017, vem impulsionando uma iniciativa com a que tenta dar uma virada nesta situação.
Trata-se de realizar uma macro rodada de negócios, a primeira destas características, denominada Expo-Aladi, que espera reunir aqui durante três dias representantes de mais de 900 empresas da região.
Convocou, além das empresas públicas e privadas dos membros do bloco (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela), às dos países centro-americanos.
Álvarez destacou sobre o tema que 90% das empresas da América Latina e do Caribe são médias, pequenas ou micro (Mipymes), portanto é necessário identificar possíveis cadeias de valor entre elas.
Propôs também a necessidade de continuar diminuindo os impostos, facilitar a logística e aumentar o financiamento para as Mipymes, entre outras medidas.
Este encontro, disse, está conforme os mandatos da Comunidade de Estados latino-americanos e Caribenhos (Celac) com respeito às Mipymes e à promoção do comércio regional.
A Expo-Aladi, que será realizada nos dias 8, 9 e 10 de outubro, está desenhada como "ferramenta para aumentar e fortalecer" os acordos depositados na associação e conseguir novos compromissos em setores específicos.
A Aladi definiu como pontos "estratégicos": agro-industrial; alimentos e bebidas processadas; automotriz e autopeças; equipamentos médicos; químicos e plástico; serviços vinculados às TICs; têxteis, confecção e calçado.
Segundo a agenda do evento, o primeiro dia será dedicado às conferências e painéis e os dois dias seguintes serão exclusivamente para realizar rodadas de negócios.
A importância do ato de abertura da Expo-Aladi será marcada também pelos prováveis oradores, em processo de confirmação, como o próprio presidente do Uruguai, José Mujica, um forte incentivador da integração Latino-americana.
Por exemplo, estão convidados também Alicia Bárcena, secretária-executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), e Enrique Iglesias, secretário-geral Ibero-americano, entre outros.
Um painel, no qual participarão vários ministros de comércio da região, abarcará o "Panorama econômico e comercial 2014 e perspectivas para 2015", enquanto outro abordará formas de se inserir em cadeias de valor regionais.
No fundo de toda esta atividade, parece persistir uma grande dúvida: como eliminar os obstáculos para chegar a um dinâmico comércio entre as empresas da própria região?
Fonte: Prensa Latina