Dilma: “Marina quer falar o que pensa e não quer escutar os outros”
Nesta quinta-feira (11), a candidata à reeleição Dilma Rousseff recomendou à adversária Marina Silva (PSB) que pare de “usar conveniências pessoais para fazer suas declarações” e classificou como “leviana e inconsequente” sua posição contra o Partido dos Trabalhadores (PT).
Publicado 12/09/2014 11:27
Dilma refere-se às declarações de Marina sobre o caso Petrobras, em que a candidata diz, em entrevista ao Estadão, que o PT foi o responsável contratação de Paulo Roberto Costa na empresa. Mas, ao contrário do que diz Marina, Paulo Roberto foi um diretor de carreira dentro da Petrobras em gestões anteriores, sendo alto funcionário do governo do tucano Fernando Henrique Cardoso também.
“Os melhores quadros da Petrobras transitam de governo para governo. Ele veio de dentro da Petrobras”, afirmou, esclarecendo que se trata de um quadro técnico, sem vinculação política.
Dilma advertiu ainda que a diferença é que, a partir do governo Lula, não existiu mais a prática de esconder a corrupção na gaveta: “Corrupção você combate diurna e noturnamente, todos os minutos do dia. Não há proteção contra ela. O que protege um país da corrupção é não ter impunidade. A Polícia Federal poder investigar quem quer que seja e quem quer que seja pagar pelo que faz”.
A presidenta lembrou também que Marina já integrou a militância do partido e que deve a isso todos os mandatos que exerceu. “Dos 12 anos aos quais ela se refere, oito ela esteve no governo ou na bancada no Senado Federal”, advertiu, destacando que “não é possível as pessoas terem posições que não honrem a sua trajetória política e tentam se esconder atrás de falas que não medem o sentido dos seus próprios atos durante a vida”.
Dilma foi ainda mais dura ao dizer que Marina “quer falar o que pensa e não quer escutar o que os outros pensam” e frisou que é possível aprender com a realidade e mudar posições quando for necessário. “Mudar de posição de cinco em cinco minutos não é certo. Presidente sofre pressão grande, não pode ser leviano ou temer qualquer Twitter contra ele”, completou a presidenta.
Os jornalistas também questionaram a presidenta sobre as críticas feitas ao programa de governo de Marina que atendem aos interesses do sistema financeiro e da defesa pública da adversária a sua conselheira Neca Setúbal, herdeira do Banco Itaú e responsável pelo plano.
“Neca educadora é a Neca educadora. Agora, na medida que eu sou herdeira do Banco Itaú e defendo uma política que beneficia claramente os bancos, que é a política de independência do Banco Central, de redução do papel dos bancos públicos, eu estou fazendo papel de banqueira e eu não estou falando sobre educação, sobre criança ou sobre creche”, afirmou a presidente.
A presidenta ainda alfinetou dizendo esperar que Marina não mude de posição novamente. “Espero que não mude agora sua posição quanto à independência do Banco Central. Se mudou contra o pré-sal, e eu acho que não muito convincentemente, espero que não mude em relação à independência do BC. Espero, porque estou aqui aguardando para ver quais são os desdobramentos, porque cada vez que a gente abre o debate com a candidata Marina, ela se dá como vítima e diz que nós estamos atacando.”
Atraso das hidrelétricas
Indagada por jornalistas em entrevista ao portal IG e à Rede TV, também nesta quinta-feira (11), Dilma lembrou das dificuldades criadas pela candidata do PSB, que na época era ministra do Meio Ambiente, no andamento das obras de construção das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio.
Ela destacou que os problemas foram causados pela demora na concessão de licenças ambientais, o que causa divergências. “Nunca houve embate assim, muito ácido. Mas houve divergências sim. A candidata tinha uma reação muito acentuada. Houve muitas demoras, sempre por responsabilidade dela. Todo mundo tem que ter prazo. Ninguém no governo está acima de cumprir prazos”, lembrou Dilma.
Com informações de agências