Lula sobre programa de Marina: “Se leu, ela não aprendeu nada”
Em discurso durante plenária do PT, nesta sexta-feira (5) em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que a militância petista se mobilize para impulsionar campanha de reeleição da presidenta Dilma Rousseff, e chamou a proposta de autonomia do Banco Central (BC) apresentada no plano de governo de Marina Silva (PSB) de uma “papagaiada”.
Publicado 06/09/2014 10:19
Ele ressaltou não ter “divergências pessoais” com Marina, que foi sua ministra de Meio Ambiente, mas criticou o programa de governo da adversária. Lula, que disse estar “destrinchando” o plano de governo, fez críticas às propostas defendidas pela candidata e disse ter dúvidas se ela tinha lido o programa.
“Eu sinceramente não sei se a companheira Marina leu o programa que fizeram para ela. Se ela leu, ela não aprendeu nada com as discussões que nós tivemos”, frisou.
A defesa da autonomia do Banco Central e a redução do papel dos bancos públicos também foi criticada por Lula, que segundo ele, tem como pano de fundo reduzir investimentos no pré-sal. “O que a elite brasileira quer é que a gente se eleja presidente para a elite governar”, enfatizou Lula.
O evento reuniu lideranças do partido em todo o país e debateu as estratégias da campanha nessa reta final. Lula enfatizou que este é um momento decisivo do processo eleitoral e disse ser “uma questão de honra para nós” que Dilma vença em São Paulo. “Não existe do ponto de vista sociológico… Falta discutir política… nós precisamos debater”, pediu ele aos militantes.
O ex-presidente não poupou críticas ao candidato tucano Aécio Neves. Ele citou a entrevista concedida pelo tucano ao Jornal da Globo nesta semana, na qual o tucano repetiu diversas vezes que era preciso ter “previsibilidade”.
“Ele falou, acho que umas 200 vezes, a palavra previsibilidade. Todas as perguntas que faziam para ele, ele falava 'é preciso ter previsibilidade'. Mas e a seleção brasileira? Previsibilidade”, ironizou.
Lula lembrou que, apesar de Aécio gostar tanto de previsibilidade, quando os tucanos governaram “acabaram com o país” se submetendo às condições do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Outras lideranças
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, presente na plenária, ressaltou que o partido dialoga com todos os setores da sociedade, inclusive com os bancos.Mas que no PT, quando um banqueiro quer discutir política com o partido, tem de fazer numa plenária como a realizada nesta sexta e que os petistas não vão deixar que um banqueiro redija “o nosso programa de governo”.
O presidente do partido, Rui Falcão, ressaltou que o partido jamais daria um “cheque em branco ao Banco Itáu”, como fez Marina Silva, que teve o seu plano de governo formulado por Neca Setúbal, herdeira do Itaú Unibanco, sua coordenadora do plano e uma das idealizadoras do Rede.
Wagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), foi mais enfático. Segundo ele, Marina é uma “candidata forjada” e um “engodo nacional”.
Com informações de agências