Começa cúpula da Otan em meio a protestos internacionais
A reunião da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) começou nesta quinta-feira (4) com a participação dos principais chefes de Estado e representantes de governo dos países membros. A cúpula acontece no País de Gales em meio a muitos protestos de ativistas contrários a aliança militar internacional.
Publicado 04/09/2014 09:16
O encontro, que termina na sexta-feira (5), é alvo de grande rejeição por parte dos milhares de manifestantes que denunciam a ameaça global representada pelas atividades bélicas desenvolvidas pela Otan.
Segundo a imprensa local, mais de 20 mil pessoas participam de protestos para condenar o pacto transatlântico, criticar o seu papel na militarização da Europa e a posse de grandes arsenais nucleares.
Ainda de acordo com a mídia galesa, cidades como Cardiff e Newport estão sujeitas, durante os próximos dias, a limitações em voos e a restrições à circulação de transporte privado por conta das medidas de segurança tomadas em razão da realização da cúpula.
Além disso, as autoridades construíram um cercado de quase dois metros de altura e 20 quilômetros de extensão para isolar o local da reunião. Milhares de soldados foram destacados para garantir a segurança dos participantes do encontro.
Os membros da Otan vão discutir, entre outros assuntos, a crise ucraniana, a ascensão do movimento islâmico radical e um possível chamado dos EUA para que seus aliados se juntem às ações militares programadas pelos norte-americanos contra o Estado Islâmico, grupo que atua no norte do Iraque e em parte da Síria.
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Além disso, a Aliança do Atlântico Norte deve buscar um consenso para a criação de uma força adicional de resposta rápida, que consiste em cerca de 10 mil homens com a capacidade de se organizarem em apenas 48 horas, caso seja necessário. Este grupo militar seria uma espécie de ameaça velada, principalmente, à Rússia. Na visão da União Europeia e dos EUA, o governo de Moscou está intervindo nos problemas internos ucranianos, dando apoio militar e logístico aos revoltosos do leste do país. No entanto, os russos negam que tenham qualquer participação neste caso.
Para colocar em prática este plano, os membros da Otan pretendem instalar equipamentos navais e aéreos em ex-repúblicas soviéticas que fazem fronteira com o Mar Báltico. Nesta quarta-feira (3), o presidente dos EUA, Barack Obama, já anunciou um acordo militar com a Estônia.
Uma das principais críticas dos manifestantes contra a cúpula é a de que a Otan é, na verdade, um veículo declaradamente utilizado para os interesses dos norte-americanos que consistem, principalmente, em ampliar cada vez mais seu espectro de influência política e econômica.
Outra critica em relação a Otan é a de que as ações dos EUA, muitas vezes, violam os regulamentos das Nações Unidas e do direito internacional, e que a organização, não apenas fecha os olhos para estas atitudes estadunidenses, como também contribui para tais violações.
Da redação do Vermelho,
com informações da Prensa Latina