Citi diz que programa de Marina favorece bancos e prejudica indústria
Relatório do Citi divulgado nesta terça-feira (2) mostra animação do setor financeiro com o plano de governo da candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva. Segundo eles, o programa beneficia os bancos privados, mas prejudica a indústria.
Publicado 03/09/2014 12:48

De acordo com os analistas Stephen Graham e Fernando Siqueira, que assinam o relatório divulgado nesta terça-feira (2) do Citi, o programa da candidata atende a cartilha: “é economicamente conservador e socialmente liberal, mesclando sustentabilidade social e ambiental com políticas fiscal e monetária ortodoxas”.
“As propostas macro são uma resposta direta às críticas do mercado à política vigente”, dizem os analistas que concordam que políticas fiscal e monetária devem ser aplicadas no próximo ano para atender a agenda do sistema financeiro. “Provavelmente envolvem movimentos iniciais dolorosos nas taxas de juros, impostos, gastos públicos e nos empréstimos dos bancos públicos que podem manter a economia crescendo em marcha lenta em 2015”, afirmam.
Setor privado lucra com infraestrutura
Eles afirmam ainda que a proposta de Marina é a melhor para o capital estrangeiro, pois desconcentrar o crédito corporativo, com redução do papel dos bancos públicos, traria mais espaço para os bancos privados crescerem.
Sobre o setor de infraestrutura, concessionárias também aumentariam seus lucros, já que o plano de Marina prevê “recorrer mais fortemente a parcerias público-privadas (PPPs) e a licitações de concessões”.
Por outro lado, o Citi destaca que programa da ex-senadora para o comércio exterior prevê a revisão das políticas de conteúdo local para as indústrias automotiva e de petróleo, e o estabelecimento de datas claras para o término e revisão periódicas das barreiras à importação.
Indústria perde
Essas propostas, segundo eles, poderiam ser negativas para algumas indústrias, como as siderúrgicas, empresas de materiais de construção e produtos farmacêuticos.
A promessa de construir 4 milhões de moradias até 2018 por meio dos programa criados no governo de Dilma Rousseff, como o Minha Casa, Minha Vida, é positiva para as construtoras, mas a proposta “entra em conflito com a intenção de reduzir o déficit federal e tirar a ênfase do crédito via bancos públicos”, escreveram os analistas do Citi.
Fonte: Brasil 247