Ucrânia quer status de aliado dos EUA ainda neste ano
A Ucrânia poderá obter um status de aliado norte-americano fora da Otan ainda durante este ano, já que o assunto será discutido na próxima reunião entre o líder ucraniano, Piotr Poroshenko, e o presidente dos EUA, Barack Obama, segundo informações de Pavel Petrenko, ministro da Justiça nomeado pelo parlamento da Ucrânia.
Publicado 02/09/2014 11:08
"Em meio às condições vividas agora pelo nosso país, temos uma perspetiva de obter muito rapidamente o status de aliado norte-americano. Acho que isso pode se materializar já no ano em curso", explicou o titular da pasta da Justiça, acrescentando que este status permitirá Kiev expandir significativamente a cooperação na esfera técnico-militar, assim como "criar um mecanismo que possibilite comprar as armas necessárias".
Na opinião de Petrenko, o status de aliado norte-americano fora da Otan é "uma etapa intermediária antes de conceder à Ucrânia a adesão à Otan como membro de pleno direito".
No entanto, esta iniciativa da Ucrânia de romper com a política de neutralidade e pedir a adesão à Aliança Atlântica mina os esforços para resolver a atual crise ucraniana, avalia Serguei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia.
Segundo ele, “essa atitude surge precisamente quando, após o encontro de Minsk, se começou a desenhar um acordo, uma tentativa de encontrar uma solução aceitável para todas as partes envolvidas nos conflitos no leste da Ucrânia”.
Ele ressaltou ainda que certas atitudes do governo de Kiev visam claramente minar todos os esforços de resolver os problemas na região.
Lavrov lamentou que atitudes contraproducentes sejam constantemente colocadas em pauta por EUA e por países europeus. O governo russo já alertou que a movimentação da Otan não contribui para a paz na região, ao contrário, deixa o clima ainda mais tenso.
Moscou também já pediu que as autoridades ucranianas estabeleçam um diálogo sério com a população do leste a fim de encontrar uma solução imediata para a crise no país.
A cúpula da Otan acontecerá no dia 4 de setembro, na cidade Newport,, no País de Gales. Enquanto alguns membros da organização, liderados pela Polônia e pelos países Bálticos estão tentando persuadir o Ocidente a implantar o sistema de defesa antimíssil e até mesmo a cessar a cooperação com Moscou, nas fileiras do próprio bloco estão surgindo controvérsias.
Na véspera da cúpula, Varsóvia e as capitais bálticas anunciaram posições que de fato significam um retorno à era da Guerra Fria. Além disso, está sendo discutida a possibilidade que Bruxelas rompa unilateralmente o ato de cooperação entre a Rússia e a Otan.
Tayguara Ribeiro, da redação do Vermelho,
com informações da Voz da Rússia