Dilma diz que proposta de Marina desemprega e reduz a indústria
Em entrevista coletiva no Palácio da Alvorada, neste domingo (31), a presidenta e candidata à reeleição Dilma Rousseff manifestou “preocupação” com o que leu no programa da candidata Marina Silva (PSB), apresentado na semana passada pela presidenciável.
Publicado 01/09/2014 10:12
“Eu quero dizer que eu li nesse fim de semana o programa da candidata e vi propostas que me deram muita preocupação no que se refere tanto à criação de empregos quanto à questão da indústria nacional”, afirmou a presidenta, reafirmando que, diferentemente da proposta de Marina, seu compromisso é gerar empregos e não desempregar.
Plano elaborado pela herdeira do Itaú
No programa de Marina, divulgado na sexta-feira (29), a candidata considera indispensável a revisão dos atuais programas de incentivos e proteção para as indústrias de petróleo e automóveis, incluindo a política que obriga que boa parte dos insumos adquiridos sejam produzidos no Brasil. A proposta foi elaborada por Neca Setúbal, herdeira do Banco Itaú e coordenadora do plano de governo de Marina, juntamente com outros "economistas" da estirpe de Neca.
“Estou me referindo basicamente sobre conteúdo nacional. A política de conteúdo local tem uma base: produzir no Brasil o que pode ser produzido no Brasil. Fico muito preocupada e queria dizer que não fui eleita para desempregar ou reduzir a importância da indústria, principalmente aquela que pode ser uma indústria que tenha grande absorção de tecnologia e inovação, e não serei reeleita para isso”, disse a presidente.
Dilma enfatizou: “Minha proposta vai ser criar empregos e assegurar que os empregos sejam cada vez mais qualificados, tanto na indústria automobilística quanto na indústria naval, que é o que vem acontecendo”.
A candidata lembrou que a indústria naval foi, nos anos 1980, a segunda maior do mundo, e nos anos 1990, durante o governo de FHC, “estava reduzida a pó”. “Agora está entre a quarta e a quinta do mundo. Com isso, criamos empregos de qualidade, com salários de qualidade, e passamos de uma situação de 2.500 empregos, no início dos anos 2000, para 81 mil empregos agora em julho e 100 mil no ano que vem”, acrescentou.
A presidenta destacou ainda que a indústria automobilística não deve somente fabricar os carros no país. “Eles podem ser produzidos aqui mas, sobretudo, receber no Brasil as inovações que são fundamentais ao setor, criar aqui laboratórios de pesquisa. E, para isso, fizemos uma política que atraiu 12 indústrias automobilísticas”, ressaltou.
E finaliza: “Tanto em um caso quanto no outro, o que vimos é a possibilidade de mudar essa realidade, em vez de criar empregos lá fora, porque se importava de forma excessiva ou não se trazia para o Brasil as condições de inovação”.
Da Redação do Portal Vermelho
Com informações de agências