CTB condena Fundos Abutres em atividades na Argentina
“O contexto político mundial, a América Latina, o neoliberalismo e os novos cenários a partir da ação dos fundos abutres” foi o tema do seminário internacional que antecedeu o Congresso da Central dos Trabalhadores da Argentina (CTA), realizado em Buenos Aires na quinta-feira passada (21) e contou com a participação de 15 centrais entre elas a CTB.
Publicado 29/08/2014 09:37
De acordo com a secretária de Imprensa e Comunicação da CTB, Raimunda Gomes (Doquinha), representante da entidade na atividade que teve como conferencista o professor Emir Sader, os sindicalistas manifestaram sua solidariedade aos argentinos. No fim do seminário, foi entregue ao ministro de economia da Argentina, Axel Kicillof, uma declaração assinada por toda a delegação internacional em apoio à luta contra os fundos abutres.
Durante o Congresso, que ocorreu no dia seguinte, o secretário-geral da CTA, Hugo Yasky, ressaltou o papel estratégico que a classe trabalhadora latino-americana tem para impulsionar as mudanças e garantir a vitória das forças progressistas e democráticas no continente. Ele apresentou os nomes dos dirigentes que vão compor a comissão eleitoral e convocou os trabalhadores para votarem na eleição da direção no dia 18 de novembro.
Leia a íntegra da intervenção de Raimunda Gomes:
A CTB se sente honrada com o convite para participar do Congresso Nacional Ordinário da CTA, que ocorre em meio a uma conjuntura de dificuldades, onde o povo argentino enfrenta a ofensiva neoliberal de imposição do capital especulativo, com a criação do chamado “fundos abutres”.
Queremos manifestar nossa total solidariedade ao povo e o governo argentino contra essa intervenção do imperialismo estadunidense, e dizer que a América Latina não aceita retrocesso, é uma região em ascensão, que de pé diz não às tentativas de golpe aos governos eleitos democraticamente pelo seu povo. Conquistamos nas ultimas décadas governos populares e progressistas, e isso incomoda muito as oligarquias financeira e principalmente os donos dos meios de comunicação que são nossos maiores opositores da democracia em nossa região.
Três importantes eleições ocorrerão em outubro, Bolívia, Uruguai e Brasil e a classe trabalhadora desses países precisam declarar que tem lado para impedir o retorno ao passado, criticas temos muitas, mas não é hora de jogar água no moinho da oposição, o momento requer atenção e esforço redobrado para continuarmos avançando rumo às mudanças, que ainda são limitadas, mas demonstram que a força e unidade dos movimentos sociais e sindical as impulsionarão.
No Brasil, os trabalhadores e as trabalhadoras das seis maiores centrais sindicais se reuniram no inicio de agosto para declarar apóio a reeleição da presidenta Dilma Rousseff, foi um grande ato, onde a classe trabalhadora brasileira declarou apoio ao projeto que consideramos mais avançado, e aproveitamos para entregar-lhe um documento constando a pauta de reivindicação unitária dos trabalhadores, onde destacamos a redução da jornada de trabalho para 40h semanais sem redução de salários, a manutenção da política valorização do salário mínimo, a mudança na política econômica, em defesa das reformas política, tributária entre outras e contra todas as formas de precarização e terceirização do trabalho.
Temos a clareza de que a unidade da classe trabalhadora lationoamericana em torno dos projetos de integração regional democrática e soberano, abrirá caminho rumo a um novo modelo de desenvolvimento para nossas nações, com democracia, soberania, valorização do trabalho, pleno emprego e bem estar social requer antes de tudo a imposição de novas derrotas à direita neoliberal, aliada ao imperialismo, que procura se rearticular e recuperar terreno para impor o retrocesso.
E para concluir, dizer que no Brasil os movimentos sociais que defendem a democratização dos meios de comunicação se orgulham da atitude ousada da presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, por ter aprovado uma lei que regulamenta e democratiza os meios de comunicação, atitude que o Brasil precisa tornar urgentemente, para garantir a população não seja manipulada pela falsa informação.