Rússia na expectativa por oferta latino-americana de alimentos
A presença na Rússia de uma missão comercial argentina na qual figuram ministros e o secretário de Relações Econômicas Internacionais da chancelaria, bem como ofertas de alimentos do Equador criaram expectativa em Moscou.
Publicado 19/08/2014 15:12
Fontes diplomáticas disseram nesta terça-feira (19) à Prensa Latina que a delegação da Argentina tem como objetivo negociar um aumento da entrada na Rússia de mercadorias dessa nação após o veto decretado pelo presidente Vladimir Putin para produtos alimentares de Ocidente.
Participam da representação do país da região do Rio de Prata a ministra da Indústria, Débora Giorgi, o da Agricultura, Pecuária e Pesca, Carlos Casamiquela, o secretário de Relações Econômicas Internacionais da chancelaria, Carlos Bianco, e servidores do Palácio da Fazenda.
A delegação oficial traz uma pasta completa com a oferta do setor privado disponível para negociar com Moscou, enviada pela Coordenadora das Indústrias de Produtos Alimentares (Coparensa Latina), segundo foi informado.
Nesta terça e na quarta-feira ocorrerão reuniões com o objetivo explícito de fechar rapidamente contratos de exportações para a Federação eurasiática.
Um dos principais encontros dos visitantes será com o diretor do Serviço de Inspeção Agrícola e Pecuarista, Serguei Dankvert, que recentemente acompanhou o chefe do Kremlin durante sua viagem pela América Latina.
Dankvert é a máxima autoridade na regulamentação de alimentos neste país, cujas necessidades nesta esfera ultrapassam os US$ 18 bilhões.
Buenos Aires espera aumentar a presença dos seus vinhos e derivados, como mosto e suco de uva, azeite de oliva e azeitonas, panificados, massas, frutas frescas e secas no país mais extenso do mundo.
Além disso, a oferta sul-americana inclui laticínios líquidos e elaborados como queijos, manteiga e leite em pó; carnes vermelhas de vacas, cordeiros, porcos e seus derivados; brancas como frango e peixe, concluíram as fontes.
Já o serviço russo de Controle Veterinário e Fitossanitário confirmou que 36 empresas equatorianas querem aumentar os fornecimentos de peixes e mariscos à Rússia e outras 23 corporações desse país estão prontas para iniciar os envios.
Carlos Lema, representante comercial do Equador em Moscou anunciou que Quito criou um grupo de trabalho para tramitar o mais rápido possível as questões relacionadas com este assunto.
Um decreto promulgado por Putin no último dia 6 de agosto, em resposta às sanções do Ocidente contra o setor agroindustrial nacional, veta a entrada de carne, pescado, queijos, leite e lacticínios, bem como frutas e vegetais provenientes de Austrália, Canadá, Estados Unidos, União Europeia e Noruega.
O veto às importações de alimentos vigorará por um ano e dependerá dos enfoques construtivos por parte dos estados ocidentais, segundo explicou o premiê, Dmitri Medvedev.
Fonte: Prensa Latina