“Permanecemos vigilantes à ameaça da terceirização” diz Adílson da CTB
Para o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adílson Araújo, há uma intenção motivada por grupos empresariais de aprovar o Projeto de Lei 4.330, que trata sobre a terceirização, por outras vias além do Congresso, o que na avaliação de dele “representa o grande retrocesso dos direitos trabalhistas”.
Publicado 16/08/2014 21:21
Adílson afirma que o empresariado brasileiro tem buscado manobrar todo o processo de mobilização conduzido pelas centrais que, momentaneamente, levou a interrupção do projeto de lei no Congresso para enfiar goela abaixo a terceirização “que precariza o trabalho à custa das condições de vida e trabalho”.
“A discussão do mérito pelo Supremo Tribunal Federal da súmula 331, do Tribunal Superior do Trabalho, é uma verdadeiro acinte aos direitos da classe trabalhadora”, completou Adílson.
O STF vai julgar o mérito de um recurso da Cenibra (Celulose Nipo Brasileira S.A), condenada por ter contratado terceiros para a extração de madeira, uma atividade-fim da empresa, que alega não haver diferenças entre atividade-meio e atividade-fim.
“Eles [empresários] não se deram por vencidos e tentam a todo custo colocar em regime de urgência a votação no Congresso. Portanto, as centrais sindicais devem permanecer vigilantes à ameaça da terceirização”, denunciou.
Aécio e os empresários
Adílson lembrou que as eleições de outubro também trazem desafios para a questão da terceirização. Ele citou que a CNI (Confederação Nacional da Indústria) apresentou propostas aos candidatos com 101 pontos de alterações à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). “Nenhuma dessas alterações melhoram as condições de trabalho e vida dos trabalhadores. Muito pelo contrário, são retrocessos e retiradas de direitos”, repudia.
O líder sindical afirma que a presidenta Dilma se posicionou firme sobre o assunto durante a sabatina com empresários, “demonstrando a disposição de trilhar no caminho do desenvolvimento com uma justa política de valorização do trabalho”.
E adverte: “Aécio, ao contrário de Dilma, se coloca na disposição de ferir direitos e afirma que para controlar a inflação e enfrentar a crise internacional é necessário sustar a política de valorização do salário mínimo e congelar empregos, o que só agravaria a situação da terceirização. Ele rema na contramão”.
Do Portal Vermelho, Dayane Santos