Dilma repudia ‘factoide político’ da Veja contra Petrobras

Em entrevista coletiva no domingo (10), no Palácio da Alvorada em Brasília, a presidenta Dilma Rousseff, candidata à reeleição, condenou a manipulação da imprensa em relação ao caso da Petrobras. “Eu acho fundamental que na eleição, nesse processo em que estamos, haja a maior e mais livre discussão. Agora, utilizar qualquer factoide político para comprometer uma grande empresa e sua direção é muito perigoso”, disse Dilma.

Dilmacoletiva na Alvorada - Reprodução

Dilma referindo-se a publicação da revista Veja, na semana passada, que montou uma farsa travestida de “escândalo comprometedor” envolvendo um suposto vazamento de perguntas aos investigados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

Laudo elaborado pelo Instituto de Perícias Científicas de Mato Grosso do Sul revelou que a gravação da conversa entre dois funcionários da Petrobras – José Eduardo Barrocas e Bruno Ferreira – e uma outra pessoa não identificada, que foi utilizada pela Veja como suposta ‘prova’, foi na verdade editada, comprometendo qualquer avaliação sobre a participação de senadores em uma suposta tentativa de fraudar os trabalhos da CPI da Petrobras.

Dilma enfatiza: “Se tem uma coisa que a gente tem de preservar, porque tem sentido de Estado e sentido de nação é não misturar eleição com a maior empresa de petróleo do País. Isso não é correto, não mostra nenhuma maturidade”.

Gasolina

Sobre o reajuste dos pecos do petróleo, Dilma declarou: “Eu não estou dizendo aqui que vai ou não vai ter aumento de petróleo, não é minha competência estabelecer isso. Qualquer pessoa que disser que a presidenta da República se manifestou sobre isso está cometendo uma inverdade e isso é para ninguém ter dúvida e nem cair em tentação”.

A presidenta foi questionada sobre a afirmação do candidato tucano Aécio Neves de que faria uma fusão dos ministérios de Transporte com Minas e Energia. Dilma lembrou que em 2003, quando assumiu o Ministério de Minas e Energia no governo Lula, estava sem qualquer estrutura, sem pessoal para trabalhar e “nem mesmo motorista tinha”. “O resultado disso foi o apagão”, disse Dilma, relembrando a grave crise de energia de 2002, que tanto custou para a economia do país e também para os cidadãos.

E prosseguiu apontando as medidas que desde 2003 foram adotadas tanto no governo de Lula quanto no dela para que o problema de gerenciamento deixado pelo governo do PSDB não se repetisse. Entre as ações, os investimentos em novas linhas de transmissão e também na geração de energia. “Estamos chegando a 20 mil MW em quatro anos, enquanto o governo anterior, e eu considero anterior o do Fernando Henrique, foram 21 mil MW e olha que estou sendo generosa nesse arredondamento”, enfatizou.

Além disso, Dilma aproveitou para mais uma vez defender os ministérios que classificou como “de papel mais político”, como as secretarias de Direitos Humanos, da Mulher, de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, entre outros, que tanto têm contribuído para a criação de políticas públicas de combate a crimes como a tortura, o racismo, a violência contra a mulher. Também alertou aos repórteres que são esses os ministérios que estão na berlinda para os candidatos da oposição.