Ministro destaca a capacidade pesqueira do Brasil
O ministro da Pesca e Aquicultura, Eduardo Lopes, ressaltou, na última quinta-feira (7), que o setor pesqueiro nacional tem amplas possibilidades de crescimento, dadas as características do País e a conjuntura mundial. “A perspectiva é promissora porque está faltando peixe no mercado doméstico e internacional”, disse.
Publicado 09/08/2014 11:52
O ministro destacou que o Brasil conta com grandes reservatórios públicos para a implantação de criatórios, além do litoral e das propriedades rurais. Lopes ressaltou que espécies amazônicas como o tambaqui e o pirarucu são promissoras para criação.
Outro aspecto favorável é que o País tem condições de produzir ração à base de soja e milho. Hoje os brasileiros consomem, em média, 14,5 quilos de pescado por habitante/ano. Há dez anos, a população consumia menos da metade disso.
A atual produção mundial de pescado é da ordem de 160 milhões de toneladas anuais, de acordo com a FAO. Metade do pescado destinado a consumo humano já é proveniente de criatórios.
Segundo Lopes, a pesca de captura, que antes respondia pela maior parte do abastecimento mundial, chegou há alguns anos ao seu limite. “Agora a aquicultura, o cultivo de pescado, é que será capaz de atender às necessidades de todos”, explicou.
As declarações foram dadas durante solenidade no Rio de Janeiro, onde o ministro assinou medida que permitirá a liberação da captura de matrizes de aproximadamente 2.000 espécies de pescado. O objetivo da medida é fortalecer a produção de peixes ornamentais brasileiros.
Aquariofilia
Com a liberação de matrizes para a formação de criatórios, o Brasil pretende retomar a posição de liderança que detinha no segmento de peixes ornamentais há menos de duas décadas. A atividade movimenta hoje quase US$ 1 bilhão por ano, considerando apenas o pescado.
A nova legislação brasileira permite a destinação de matrizes selvagens para unidades de cultivo, visando a reprodução, e disciplina a inscrição das empresas de comércio de ornamentais no Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP) do ministério.
Na aquafilia, os peixes são mais valorizados do que quando destinados à alimentação. O peixe aruanã preto da Amazônia, que vale menos de um dólar o quilo quando vendido em feiras da Amazônia, por exemplo, alcança duzentos dólares por unidade vendida como ornamental no exterior. Já o jaquiri, que vale internamente o equivalente a treze centavos de dólar o quilo, é vendido lá fora a cinco dólares a unidade.
Acordo de cooperação
Na solenidade de ontem no Rio de Janeiro, o Ministério da Pesca e Aquicultura renovou o seu acordo de cooperação com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, para consolidar uma rede nacional de identificação molecular do pescado.
A iniciativa beneficiará os consumidores brasileiros de pescado, por permitir atestar cientificamente as espécies comercializadas no mercado, evitando fraudes.
Fonte: Ministério da Pesca e Aquicultura