Dilma: Brasil não terá "tarifaço" e nem racionamento
Em visita à obra de Belo Monte (PA), nesta terça-feira (5), a presidenta Dilma Rousseff, candidata à reeleição, voltou a garantir que, apesar da falta de chuvas, o Brasil não corre risco de racionamento. A presidenta mostrou em números que o governo federal fez o planejamento correto e adequado, e que por isso hoje o país tem um alto nível de segurança energética.
Publicado 06/08/2014 10:43
“Investimos muito em transmissão e geração. Nos meus 4 anos, em geração, nós quase empatamos com os 8 anos do governo FHC. Fizemos em torno de 20 mil mw e eles fizeram em torno de 21 mil mw. Fizemos o dobro de linhas de transmissão: eles fizeram em torno de 10 mil e nós fizemos em torno de 21 mil. Nos preparamos para isso. Óbvio que dependemos da hidrologia, mas este país hoje quando diminui as chuvas, não entra em racionamento como entrava no passado”, comparou Dilma.
A presidenta explicou que ainda não é possível medir o impacto da seca no custo da energia. “Tem um estudo do Ministério de Minas e Energia que fala em 2,5% a 3%, mas é muito difícil estabelecer o impacto que terá na tarifa. Somos um país que tem um regime muito sensível à água”, disse Dilma, ao explicar que no regime hidrológico o excesso ou a falta de chuva impacta na quantidade de energia gerada pelas usinas hidrelétricas e, consequentemente, no seu preço.
A falta de chuvas é responsável pela redução dos níveis dos reservatórios das hidrelétricas, o que levou as distribuidoras a comprarem energia de usinas térmicas e de outras geradoras do mercado. Esta despesa extra será repassada às contas de luz a partir de 2015 e será quitada até 2017.
“Os empréstimos não serão pagos à vista no dia seguinte. Serão pagos em 3 anos. O impacto deles na tarifa depende também da hidrologia. Uma hidrologia lá em baixo aumenta o preço, uma hidrologia lá em cima diminui o preço”, explicou Dilma, que também destacou que o tarifaço é mais uma mentira dos pessimistas. “Agora, estão falando em tarifaço, como disseram que ia ter a tempestade perfeita, que ia ter apagão e racionamento de energia na Copa, e não teve e nem terá”, explicou a presidenta.
Escoar produção nacional
Dilma disse ainda que o Brasil precisa aproveitar mais eficientemente os seus recursos hídricos disponíveis para o transporte de produtos agrícolas pelo país. A presidenta criticou o fato de mais de 40% da produção de grãos do Brasil escoar para portos do Sudeste ou do Sul, apesar das produções ocorrerem em grande parte nos estados ao norte do país.
“A Amazônia devia utilizar seus rios para escoamento dos seus produtos. (…) Para mim, uma das questões nos próximos quatro anos é a da ênfase no transporte hidroviário, combinado e articulado com ferroviário”, disse a candidata, citando possíveis trajetos da soja e do milho por ferrovias que saem do Mato Grosso, desembocam no Rio Amazonas e vão para o oceano.
Fonte: Site da candidata e Agência Brasil