Aécio volta a atacar Mais Médicos
Durante evento na Associação Médica Brasileira (AMB) na terça-feira (5), o candidato tucano à Presidência da República, Aécio Neves, chamou de solução “paliativa” o programa Mais Médicos, que já beneficiou mais de 50 milhões de brasileiros em todo o país.
Por Dayane Santos, da Redação do Portal Vermelho
Publicado 06/08/2014 13:25
Propagado pelos telejornais num tom de proposta nova, o tucano foi contraditório ao criticar o programa por trazer médicos estrangeiros, mas ao mesmo tempo disse que vai criar 500 grandes unidades regionais de saúde. Essa tem sido a postura do tucano desde o início do programa. Vive fazendo críticas sobre a sua relevância e urgência, chegando a dizer que o Mais Médicos era uma “violência sem tamanho”.
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Mais Médicos já atendeu 50 milhões de brasileiros
Mas o que Aécio considera “paliativo” tem conseguido levar assistência médica às periferias das grandes cidades e municípios do interior do Brasil, beneficiando 50 milhões de pessoas e, em fevereiro deste ano, conseguiu atender completamente a demanda das cidades com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo e muito baixo e das regiões mais vulneráveis, como o Semiárido, o Vale do Jequitinhonha/Mucuri, em Minas Gerais, o Médio Alto Uruguai, no Rio Grande do Sul, e o Vale do Ribeira, em São Paulo.
Estrangeiros
Aécio também voltou a criticar a participação de médicos estrangeiros. A incoerência do tucano que, ora diz que vai manter, ora diz que vai pôr fim, só não acontece no que se refere aos médicos cubanos.
O programa contratou 14.462 médicos, a maioria cubanos, que foram deslocados para regiões onde a abertura de vagas não atraiu médicos brasileiros. A própria presidenta Dilma Rousseff em sabatina, no dia 28 de julho, destacou que o programa foi uma solução para levar médicos aonde não havia. Afinal, quem está doente não pode esperar.
Aécio disse que os “médicos cubanos têm prazo de validade”. A pedra no sapato do tucano é o convênio firmado com o governo de Cuba para a vinda de profissionais. Manifestando o pensamento da elite brasileira, Aécio não se conforma com o fato de ter que contar com a ajuda e o exemplo socialista cubano para a área da saúde. Em várias entrevistas já deixou claro que a primeira meta será romper o convênio.
Os profissionais cubanos – que são elogiados pela população por sua visão humanitária do atendimento à saúde – atuam principalmente em áreas de grande vulnerabilidade social que não conseguiam atendimento antes da vinda de médicos estrangeiros, já que os médicos formados no Brasil não chegavam a esses lugares.
A participação de médicos estrangeiros é uma solução emergencial prevista pelo programa. Dentro do planejamento do Mais Médicos, a prioridade é para profissionais formados no Brasil. Nesse sentido, o governo Dilma abriu 2.338 novas vagas em universidades, em absoluta maioria públicas, e até 2017, serão abertas 11.500 novas vagas para graduação na área de saúde e 12.400 para residência médica.
A declaração de Aécio não passa de factoide eleitoral maquiado pela grande mídia como se fosse uma “nova” proposta. Aliás, proposta nova é coisa que Aécio e a sua turma não têm.