Exposição em São Paulo fala da Revolução Cubana em tom pessoal
Contra a polarização que ronda a ilha de Cuba, há um caminho a ser tomado: procurar toda a informação que não circula pelas vias tradicionais, escutar os cubanos e suas histórias, visitar o país. É essa, sem dúvida, a maneira mais eficiente de se aproximar de uma realidade cheia de matizes frequentemente ignorados pelos extremos políticos e pela imprensa.
Publicado 02/08/2014 16:17
Para quem não tem planos imediatos de viajar pra lá, uma dica é visitar a exposição “Um olhar sobre Cuba”, que desde o início de julho está em cartaz no Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo – e lá permanece até 10 de agosto, com entrada gratuita. Trata-se de uma pequena mostra curada por Rose Carvalho, uma brasileira que residiu em Cuba por dois anos na década de 80 e que atuou como assessora de imprensa na divulgação do evento comemorativo de 30 anos da Revolução Cubana.
O leitor mais desconfiado concluirá que já conhece essa história. Mas, não se trata de escolher lados – e, sim, de conhecer um deles.
O trunfo do material exposto, além de ser inédito, é que ronda a memória particular: são coisas que Carvalho foi ganhando, reunindo, guardando e que fazem um retrato pessoal de sua experiência. Fala-se de Cuba através de 37 fotos, 21 cartazes, quatro livros e dois vídeos inéditos que revelam aspectos da vida política e cultural cubana com certa admiração e afeto, mas também com a nostalgia de um tempo que já passou – o que torna tudo mais interessante. O MIS topou abrigar essa história e, em meio à agitada programação da casa, ela está conquistando boa visitação.
Rose Carvalho, paulistana, foi jornalista, relações públicas, agitadora cultural e assessora de imprensa ligada ao cinema – pioneira na área no Brasil e que, por essa tarefa, foi parar na ilha, envolvida com o Festival Internacional de Cinema de Havana. Sobre o evento, ela conta: "A Revolução Cubana, pra mim, foi o maior acontecimento político-social da América Latina no século XX. A revolução está fazendo 55 anos e foi uma forma de mostrá-la. A exposição é multimídia, com materiais da revolução e pós-revolução”.
Fonte: Opera Mundi