2º Fórum pela paz na Colômbia será realizado no Uruguai em 2015
A 2ª edição do Fórum pela paz na Colômbia será realizada no Uruguai em 2015. O encontro que tem por objetivo fomentar os diálogos de paz e buscar um acordo definitivo entre as partes conflitantes no país latino já foi realizado uma vez em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Militantes de partidos políticos e movimentos sociais se reuniram na tarde desta sexta-feira (1), no Sindicato dos Advogados, na capital paulista, para debater detalhes do evento.
Por Mariana Serafini, do Vermelho
Publicado 02/08/2014 00:44
O representante da Secretaria Nacional de Relações Internacionais do PCdoB, Rubens Diniz, defendeu que o Fórum deve ser, para além de um evento, um processo constante, no sentido de que o debate para avançar nos acordos de paz na Colômbia devem ser intensificados e ampliados na sociedade. “O processo de paz deve ir além dos partidos comunistas”, afirmou ao defender que a população deve ter este tema cada vez mais esclarecido.
O militante do Partido Comunista Colombiano, Pietro Alarcon, afirmou que debater a paz na Colômbia implica em defender a soberania latino-americana. Ele esclarece que lutar pelo fim dos conflitos no país faz parte do processo da luta contra o imperialismo, este tenta cada vez mais dominar nossos povos com suas bases militares espalhadas em grande parte do território sul americano, só na Colômbia são sete e duas pistas para voos emergenciais.
De acordo com Pietro, a violência por parte do Estado na Colômbia atinge diariamente civis e trabalhadores rurais. Já passam de 9500 presos políticos e seis mil pessoas que foram obrigadas a sair de suas casas devido à perseguição política e militar. “Na medida que o processo de paz avança, toda a América Latina ganha”, disse.
Pietro afirma que a Colômbia sofre uma grave violação dos direitos humanos diariamente, e a única esperança do país é a solidariedade internacional. Para ele, é importante que os movimentos sociais latino-americanos saibam o que acontece com os militantes colombianos que são diariamente perseguidos, humilhados e assassinados pelo Estado.
Ele acredita ainda que este fórum, a ser realizado no Uruguai, pode otimizar os projetos progressistas do Cone Sul para gerar uma força continental capaz de lutar unida contra o imperialismo norte-americano. “É importante que os países progressistas – Argentina, Brasil, Bolívia, Equador, Uruguai e Venezuela – prestem atenção ao que se passa na Colômbia”, observou.
O Fórum Pela Paz na Colômbia é organizado por diversos partidos de esquerda e movimentos sociais dos países latino-americanos. A Marcha Patriótica, responsável pela organização do evento, busca cada vez mais ampliar a rede de colaboração. Além da solidariedade internacional, lutar pela paz na Colômbia é uma oportunidade de troca de experiências. Os movimentos sociais paraguaios, e a Frente Guasu (coalizão de partidos de esquerda) declararam apoio ao Fórum, mas pediram para participar ativamente relatando o processo de violação dos direitos humanos, perseguição aos movimentos sociais e violência provocada pelo Estado que o Paraguai sofre desde que o presidente Horácio Cartes assumiu a presidência, há um ano.
A ideia é que o Fórum seja divido em eixos temáticos para desenvolver as discussões. Serão resgatados os debates sobre Paz e Justiça Social; Direitos Humanos e Presos Políticos e Presença Militar Norte-Americana na América Latina. “A partir da realidade colombiana deve-se ampliar o debate para toda a América do Sul, em diversos âmbitos, entre eles as bases militares ianques”, disse Pietro.
A próxima reunião será realizada no Rio de Janeiro em novembro. Na ocasião será debatida a promoção de seminários preparatórios para o Fórum a serem realizados no início de 2015 no Brasil. Participaram desta primeira reunião representantes de partidos de esquerda e movimentos sociais, entre eles o PCdoB, o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e o Cebrapaz.