Rússia pede garantias à Ucrânia para investigar desastre com Boeing
O presidente russo, Vladimir Putin, convocou nesta segunda-feira (21) as partes em disputa na Ucrânia a garantir as condições para uma investigação plena da catástrofe do Boeing 777 de Malaysia Airlines, que caiu na última quinta-feira na região de Donetsk.
Publicado 21/07/2014 13:44
Putin qualificou o acidente aéreo como "uma terrível tragédia" e lembrou, em uma declaração especial, que a Rússia tem insistido a todas as partes em conflito na Ucrânia de maneira reiterada em um fim imediato ao derramamento de sangue e o diálogo através da mesa de negociações. Com segurança, posso dizer que se as ações de combate não teriam sido retomadas em 28 de junho no leste da Ucrânia, esta tragédia talvez não teria acontecido, afirmou o mandatário.
O Boeing 777, que cobria a rota de Amsterdã a Kuala-Lumpur, caiu na quinta-feira na região de Donetsk, em uma área controlada pelas milícias populares, a cerca de 60 quilômetros da fronteira com a Rússia.
As 298 pessoas que viajavam a bordo, incluídos os 15 tripulantes, morreram.
Até a noite do domingo, os agentes de resgate acharam 251 corpos e 86 fragmentos humanos, em um território com cerca de 109 quilômetros quadrados, dentro do perímetro onde caiu a nave de passageiros, provavelmente derrubada por um míssil terra-ar, ou ataque aéreo, segundo diferentes versões.
Putin considerou, por outro lado, que ninguém "deve e não tem direito a usar essa tragédia para objetivo políticos estreitos", enquanto chamou a que todas as pessoas responsáveis pela situação nessa região mostrem uma alta responsabilidade perante seu povo e os países aos quais pertencem as vítimas.
O chefe do Kremlin disse que trabalham no lugar da catástrofe representantes do Donbass, da defesa civil da Ucrânia e especialistas da Malásia, mas que isso não é suficiente.
Em sua opinião, deve trabalhar um grupo de especialistas sob tutela da Organização Internacional da Aviação Civil.
Putin falou da necessidade de que se garanta total segurança e as condições para a criação de corredores humanitários.
Putin expressou na declaração difundida nesta segunda-feira que Moscou fará o máximo de esforços e tudo o que depender da Rússia para que o conflito na Ucrânia passe da fase ativa a um debate exclusivamente por meios políticos e diplomáticos, na mesa de negociações, informou a agência ITAR-TASS.
O mandatário russo discutiu nas últimas horas sobre detalhes sobre as investigações em torno do acidente aéreo na Ucrânia com os líderes de Alemanha, França, Austrália, Holanda e Reino Unido, segundo o serviço de imprensa do Kremlin.
Um segundo trem com quatro vagões refrigerados levou os cadáveres encontrados nas últimas horas à cidade de Torez, em Donetsk, até que os especialistas internacionais decidam seu translado para o estudo de identificação. Por agora, se fala que poderia ser em Mariupol, segundo a comissão especial investigadora do governo ucraniano.
Na zona isolada da tragédia trabalham quatro especialistas ucranianos e representantes da missão da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, além dos agentes de salvamento da defesa civil desse país.
A Rússia ofereceu pessoal especializado para as investigações da tragédia e ajuda do Ministério de Situações de Emergência.
Fonte: Prensa Latina