A luta política exige decisões coletivas e respeito a democracia.
*Texto de João Ghizoni
Publicado 04/07/2014 12:52 | Editado 04/03/2020 17:13
1 – Primeiramente destaco o processo democrático e de amplos debates internos, com várias reuniões plenárias realizadas nas diversas regiões do Estado e das reuniões da Comissão Política onde todos os militantes puderam expressar livremente suas posições o que levou a formar uma opinião no coletivo partidário que se concretizou na votação realizada na Conferencia Eleitoral do partido com cerca de 90% dos delegados votando favoravelmente a composição com a frente que apoia a reeleição da presidenta Dilma e de Raimundo Colombo ao Governo.
2 – A decisão tomada é fruto da compreensão da importância da continuidade do projeto em curso em nosso País, do qual o PC do B é integrante, iniciado pelo Presidente Lula e continuado pela Dilma, e que nesta eleição vai enfrentar grande embate com as forças conservadoras, que tudo farão para retomar a Presidência da República e voltar a implantar o projeto neoliberal e liquidar as conquistas populares.
3 – A realidade política de Santa Catarina mudou com a decantação das forças conservadoras. Parte delas, como caso do PSD, por circunstâncias políticas, junto com o PMDB e outros partidos aderiram ao projeto de reeleição de Dilma e com este propósito se juntaram PDT, PR, PCdoB formando uma ampla frente que favorece a construção da vitória nacional aqui no Estado. De outra parte, as forças oligarcas históricas, Bornhausen, PP, PSDB e outros se juntaram em torno das candidaturas de Paulo Bauer ao Governo do Estado e de Aécio Neves e Eduardo Campos para a Presidência da República.
4 – Diante desta nova realidade quem erra na política é o PT em Santa Catarina, deixando de lado o projeto nacional de reeleição da Presidenta Dilma, priorizando as disputas e locais, o que levou a seu isolamento, inclusive do projeto nacional, conforme demonstrado pela Presidenta em sua visita ao Estado recentemente. O PT erra novamente, assim como errou em não participar do governo Luiz Henrique em 2002, abrindo brechas para que as forças conservadoras derrotadas eleitoralmente retomassem seu protagonismo político no Estado.
5 – A decisão do PC do B leva em consideração a possibilidade de viabilizar o projeto eleitoral que visa eleger Angela Albino Deputada Federal e manter a bancada de Deputado Estadual, fazemos isso deixando claro que mantemos nossos princípios e nossos compromissos com os movimentos sociais. Todos somos sabedores da importância da representação parlamentar para acumular forças e avançar nas mudanças que o País e o Estado necessitam.
6 – Lembro aos camaradas que esta é apenas uma batalha política eleitoral e que não está em jogo a democracia, a vida partidária ou a vida dos militantes como na época da ditatura. Revolucionário é aquele que faz política de acordo com a realidade concreta e não fica sonhando e tentando construir um mundo abstrato e inatingível. Ser revolucionário é saber respeitar o coletivo, defender suas ideias e respeitar a vontade da maioria, isto é a democracia. Aceitar as decisões somente quando sua opinião pessoal for a vencedora não é democracia, é imposição é caudilhismo e um verdadeiro desrespeito ao outrem. Romper com o coletivo e desrespeitar a decisão política tomada por ampla maioria partidária é uma atitude covarde e individualista.
7 – Certamente este não é o primeiro e nem será o último grande embate político que os comunistas serão chamados a enfrentar. O comportamento individual diante dos mesmos servem para demonstrar o caráter e consciência revolucionária de cada militante.
8 – Não sou comunista por circunstâncias momentâneas ou eleitorais. Sou comunista porque acredito no coletivo, na democracia partidária e na possibilidade de construir uma nova sociedade mais humana, fraterna e socialista.
foi vereador de Florianópolis, Candidato a Senador
e Presidente Estadual do Partido.