“Não permitam retrocessos”, diz Morales em encontro anti-imperialista
Entusiasmo, vibração, solidariedade, internacionalismo: estas foram as cores que brilharam no grandioso ato de abertura do Encontro Sindical Internacional Anti-imperialista, que ocorreu na última segunda-feira (30) em Cochabamba, na Bolívia. A atividade é promovida pela Federação Sindical Mundial (FSM), Central Obreira Boliviana (COB) e o governo daquele país.
Publicado 02/07/2014 10:53
Cerca de mil militantes sindicais de 22 países participaram da solenidade de inauguração, que contou com a presença do presidente boliviano Evo Morales.
Em sua exposição, o secretário-geral da FSM, George Mavrikos, denunciou a hipocrisia do império estadunidense e seus aliados que, sob o falso pretexto de defender a democracia e os direitos humanos, invadem e agridem nações. “Na verdade, eles buscam o domínio político e o saque dos recursos naturais desses povos”, alertou.
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Já o secretário-geral da COB, Juan Carlos Trujillo, reforçou que todos estavam ali para defender unidade da classe trabalhadora, estratégia fundamental para o enfrentamento a essa ofensiva imperialista.
Ovacionado pelos presentes, Evo Morales afirmou que os atores envolvidos nessa agenda estão fazendo história. Ele destacou que o encontro será não apenas para apresentar reivindicações – mesmo que legítimas das diversas corporações – mas, sobretudo, para enfrentar os inimigos dos povos e em particular da América Latina e o Caribe.
O presidente da Bolívia conclamou a classe trabalhadora a disputar os rumos dessa nova América. “Não permitam retrocessos”, exclamou o Morales ao destacar as ofensivas do imperialismo contra países como a Venezuela e, recentemente, a Argentina no caso dos “fundos abutres”. “O mundo será outro quando governado pelos movimentos sociais”, disse.
Sobre a reivindicação da Bolívia de ter uma saída para o mar, perdida para o Chile durante a Guerra do Pacífico, ele defendeu que "os tratados não são pétreos", e resgatou o caso do Canal do Panamá que, após intensas lutas, foi conquistado por aquele país e que portanto, a Bolívia tem este direito de uma forma soberana.
Por Divanilton Pereira, da CTB