Para Fábio, PCdoB integra o bloco mais comprometido com as mudanças
Publicado 30/06/2014 16:58 | Editado 04/03/2020 17:06
Após a homologação de sua candidatura, Fábio Dantas ressaltou a convicção de que este é bloco que tem compromisso com o povo potiguar e que reúne condições de promover as mudanças e o avanço que o Estado precisa.
Em sua intervenção, enfatizou a perpetuação das famílias Alves e Maia à frente do Executivo desde a década de 60. “Este ano estamos completando 50 anos do golpe militar, que se renova neste acórdão pois os artistas principais, candidatos a governador e vice, são legítimos Alves e Maia e nela cresceram. Eles querem dar seguimento à história de uma política oligárquica, que mesmo dentro de uma região como a nordeste, destaca-se em primeiro lugar”, destacou.
A campanha que teve início, com a homologação das candidaturas majoritárias e proporcionais dos nossos partidos coligados, será, tenho plena convicção, um divisor de águas na história política do Rio Grande do Norte. Terá certamente um cunho plebiscitário. Será o julgamento pelo povo do Rio Grande do Norte – se deseja ou não a continuação desse modelo que aí está, que aqui está instalado, desde os anos 60, de perpetuação no poder estadual de grupos oligárquicos, que se revezam no comando do governo estadual, como se o RN fosse uma propriedade de suas famílias abastadas, e não uma terra comum, propriedade do seu povo trabalhador, dentro de uma perspectiva democrática de revezamento de poder entre suas forças políticas mais representativas.
Se essas forças, desde os anos 60, como uma gangorra, se revezam a cada quatro ou oito anos no poder, como se fossem os únicos, os ungidos, os únicos capazes de administrar os interesses de um Estado inteiro como o nosso, para as eleições deste ano resolveram ousar ainda mais. Resolveram se unir. E se uniram. Agora são correligionários. Passaram uma borracha em todo o passado que todo cidadão, que toda cidadã do RN conhece. Com que fim? Continuar a mandar, a dar as cartas, a usufruir do poder! Mesmo que, se para conseguir esse intento, tivessem de esquecer antigas e leais amizades, tivessem que dar as costas àqueles a quem estiveram sempre ombreados. Passaram por cima de tudo. Para tanto, fizeram uma coligação entre gregos e troianos.
Isso não é união, é acórdão, pois visa resolver somente os seus interesses pessoais, num banquete do poder, onde o ator principal, o povo, está totalmente excluído. Juntaram tudo num balaio grande, de A a Z. Cuja única liga de sustentação é o poder econômico emprestado do povo. Meus amigos, isso não se sustenta.
E já que estamos vivendo uma copa do mundo, essa história lembrou-me a do grande Mané Garrincha. Aquela historia que, às vésperas do jogo com a Rússia, na Copa de 1958, o técnico do Brasil Vicente Feola fez uma preleção para os jogadores, em que falava entusiasmado de todas as jogadas que iriam fazer para cima dos russos, as tabelas, os dribles, os lançamentos, os gols sensacionais. Foi aí que Garrincha saiu do seu canto, naquele seu jeito aparentemente ingênuo, mas, no fundo, muito sabido, e perguntou: Ô Seu Feola, o senhor já combinou tudo isso com os russos? É o que também agora me pergunto. Essa coligação de A a Z, já apelidada pela população de Titanic, onde sempre cabe mais um, essa coligação que é anunciada como “de tantos e tantos partidos”, onde não se fala de afinidade de ideias e propósitos, será meus amigos, que os seus caciques já perguntaram ao povo o que acha desse ajuntamento, o que acha dessa boleia de caminhão tão apertada? Será que combinaram com o povo a arrumação dessa carga mal engendrada?
Este ano estamos completando 50 anos do golpe militar, que se renova neste acórdão pois os artistas principais, candidatos a governador e vice, são legítimos Alves e Maia e nela cresceram. Eles querem dar seguimento à história de uma política oligárquica, que mesmo dentro de uma região como a nordeste, destaca-se em primeiro lugar. Em nenhum Estado nordestino, nos últimos sessenta anos, um ou dois grupos políticos se mantiveram no poder por tanto tempo, com tanta avidez e exclusividade.
O Rio Grande do Norte carrega, infelizmente, esse troféu de latão! Seguramente está batendo, na disputa, o Maranhão, exemplo maior e mais bem acabado de atraso político, refletido em toda a extensão de sua vida social e econômica. Não se compara o RN com nenhum outro Estado da Federação. Para ficar mais perto, vamos comparar com o Ceará. Vamos ver quem foram os seus governadores nos últimos 50 anos. Vejamos os sobrenomes deles. Não existe na política cearense de hoje nenhum nome de família que tenha ocupado o poder na década de 60: Virgílio Távora, César Cals, Adauto Bezerra, Waldemar Alcântara, Virgílio Távora, Manuel de Castro Filho, Gonzaga Mota, Tasso Jereissati, Ciro Gomes, Tasso Jereissati, Lúcio Alcântara, Cid Gomes. Vejamos Pernambuco: Cid Sampaio, Miguel Arraes de Alencar – deposto pelo Golpe Militar/64, Paulo Pessoa Guerra, Nilo Coelho, Eraldo Gueiros Leite, José Francisco de Moura Cavalcanti, Marco Maciel, Roberto Magalhães, Gustavo Krause, Miguel Arraes, Carlos Wilson, Joaquim Francisco Cavalcanti, Miguel Arraes, Jarbas Vasconcelos, Eduardo Campos. Vejamos a Paraíba: Pedro Gondim, João Agripino, Ernâni Sátiro, Ivan Bichara Sobreira, Tarcísio Burity, Wilson Leite Braga, Tarcísio Burity, Ronaldo Cunha Lima, Antônio Mariz, José Maranhão, Cássio Cunha Lima, Ricardo Coutinho.
E agora a pergunta que não quer calar: por que no Rio Grande do Norte é assim? Só uma família, ou duas, ou no máximo três famílias, através de todos esses anos, emplacam 50 anos de dominação. Desde 1960, os mesmos sobrenomes, até hoje a mesma gangorra, ou melhor dizendo, agora transformaram a gangorra num grande tobogã para descerem juntos: Alves e Maias … no acórdão! E o pior: vêm falando de mudança, mudança, ora vejam só! Cinquenta anos de poder, boca torta pelo cachimbo de sempre, e escutem: querem encarnar a mudança, querem ser a mudança, o sentimento de avanço que o Estado reclama e nossa gente necessita. É uma piada, né? Como é possível transformar um Estado da Federação num cercado de família? Por que não a renovação da classe política? Renovação necessária e salutar. Tantas lideranças expressivas do nosso Estado, tantas cabeças pensantes, dignas de ocuparem os mais altos cargos na hierarquia do Estado. Quantas categorias profissionais poderão dar sua contribuição.
Precisamos mudar as caras, os sobrenomes e as ideias dos que estão há 50 anos no comando do RN. Entrei na política há pouco tempo, estou no meu primeiro mandato como deputado estadual, acredito que a democracia é o instrumento mais sublime que temos de superar as dificuldades, de transformar sonhos em realidade. O abismo em que estamos parece que num passe de mágica será superado, pois os nossos adversários falam que agora vai. Eles esquecem que nossos problemas não estão na falta de apoio em Brasília, pois hoje estamos no topo da pirâmide de apoios, e nossos problemas somente se agravaram. O nosso Estado possui recursos federais inúmeros, porém essas mesmas pessoas são as responsáveis pela perda tributária dos estados e municípios nos últimos anos.
Nosso problema maior é atrair investimentos, é dialogar com todos os segmentos da sociedade e este palanque possui esta característica, esse compromisso de buscar a exaustão essa discussão com todos em prol do bem comum. Dificuldades pelas quais eu, o deputado mineiro e o deputado José Dias somos conhecedores e na Assembleia Legislativa valorosos colaboradores do nosso Rio Grande do Norte. Aceitei este desafio muito forte de, ao lado de Robinson e Fátima, enfrentar este sistema pobre que governa nosso RN desde a ditadura militar, mesmo tendo uma reeleição razoavelmente certa.
Queria agradecer, primeiro, a Deus, que tenho certeza me dá forças e me ilumina nesta decisão, a Robinson Faria que me convidou, aos companheiros e camaradas do PCdoB que me acolheram de forma tão amável, a todos Antenor, George Câmara, Canindé, Albérico, Moacir, Airene, Jan, Eveline, todos sem exceção, nossa legião de amigos colaboradores que me estimularam, correligionários e irmãos mipibuenses, ao meu companheiro Theodorico Neto, que acredita nessa luta, aos partidos políticos PT – PTdoB – PEN – PSD – PRTB – PTC – PPL – PP, a minha família unida e, principalmente, a minha companheira de todas as lutas e alegrias Cristiane Dantas, que manterá nosso mandato firme na Assembleia Legislativa, muito mais forte por contar com nosso aval junto ao poder executivo, pessoa que sempre acreditou em mim e é com você que nós vamos à luta e vamos vencer. Serei um vice-governador que não me embriagarei pelo poder, estarei ao lado de Robinson e todos os companheiros desta luta, de forma lúcida e sóbria diariamente para podermos de forma eficiente superarmos todas as dificuldades.
Precisamos abrir caminhos às novas lideranças. Desponta na política estadual, repercutindo em todos os cantos do Estado, um nome experimentado no calor das lutas políticas, com muito trabalho prestado ao nosso Estado, sem o sobrenome que até hoje tem sido o único passaporte para se ingressar na disputa dos mais altos cargos executivos estaduais. Falo obviamente no companheiro Robinson Faria e da senadora Fátima. Vamos às ruas unidos, mostrar ao vizinho da direita e da esquerda, que cada município tem um compromisso com essa resistência e que cada um de nós tem que ser agente multiplicador dessa luta que não é somente nossa, mais de todo o RN, pois somos nesta eleição a única realidade de um amanhã melhor, onde nosso povo mostrará quem realmente é forte, pois o Rio Grande do Norte não tem preço.
Viva o Brasil, viva o Rio Grande do Norte valente e forte e que pertence a todos!