PCdoB abre Convenção defendendo Dilma e mais mudanças
Na Convenção Eleitoral Nacional do PCdoB, aberta na manhã desta sexta-feira (27), o Partido anunciou oficialmente o apoio à reeleição da presidenta Dilma Rousseff, com o slogan “Para renovar a esperança”. O presidente nacional da legenda, Renato Rabelo, destacou a importância e necessidade de um novo ciclo de mudanças para o Brasil, reafirmando a defesa por reformas estruturais democráticas.
Publicado 27/06/2014 13:26
Em seu discurso de abertura, além da ênfase no aprofundamento das conquistas que o PCdoB acredita que será empreendida a partir da reeleição da presidenta Dilma Rousseff e dos avanços conquistados nos últimos 12 anos, desde a primeira eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o dirigente comunista fez reiteradas comparações entre os governos populares de Lula e Dilma e o governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso, representado pelo candidato tucano Aécio Neves.
Para Renato Rabelo, a oposição, que antecipou a campanha presidencial com o discurso alarmista – da inflação alta, do apagão elétrico, do fiasco da organização da Copa do Mundo –, por falta de projeto político, deixa cada dia mais claro “quem governa para o povo e a maioria da população brasileira e quem não”, declarou o presidente do PCdoB, arrancando aplausos da plateia que lotou o auditório Nereu Ramos, o maior da Câmara dos Deputados, em Brasília.
“Essa campanha já em curso vem se manifestando no embate entre dois caminhos e dois projetos. Estamos diante do embate de abrir novo ciclo com mais mudanças e conquistas ou voltar ao modelo de 1990 liderado pelos tucanos”, explicou.
Para o PCdoB, Lula e Dilma plantaram a maior política social no país. Grandes mudanças foram feitas no país com o apoio do Partido que desde o seu 13º Congresso Nacional manifesta apoio à preservação das conquistas e defende mais avanços para tornar o Brasil ainda mais democrático.
“O nosso Partido procura demonstrar que a oligarquia financeira está ao lado da elite e dos grupos de comunicação, que atuam como bloco oposicionista procurando evitar o avanço das mudanças”, explicou Renato Rabelo aos delegados, que durante todo o dia desta sexta-feira (27), vão avaliar as propostas e ideias dos comunistas para a elaboração do Plano de Governo à reeleição da Presidenta Dilma.
Ato político
No final da tarde, após a votação dos delegados – os 125 membros do Comitê Central e dois delegados de cada um dos estados, que somam 54, haverá um ato político com a presença da presidenta Dilma, quando será anunciado o resultado da convenção e as ideias que o PCdoB oferecerá ao Plano de Governo.
Renato Rabelo lembrou que “nossa convenção nacional tem o propósito de formalizar o apoio do PCdoB à candidatura da presidenta Dilma Rousseff à sua reeleição e à candidatura do vice Michel Temer, do PMDB”.
Segundo ele, o 13º Congresso Nacional do Partido já indicava a importância estratégica da quarta vitória do povo em 2014. E que essa quarta vitória se faria com a reeleição de Dilma Rousseff, destacou, sendo muito aplaudido pelos delegados.
“Abrir um novo ciclo histórico de mudanças é indicação feita pela candidata Dilma Rousseff, que afirma que o próximo mandato será de mais mudanças e conquistas. Temos que ir adiante e não voltar atrás, que é o modelo de 1990”, discursou Rabelo, enfatizando “o principal candidato de oposição tem sua fonte e condutores nas entranhas no modelo do governo de FHC”.
Críticas à oposição
Na avaliação do dirigente comunista, o PSDB vive um dilema de resgatar ou não o governo de Fernando Henrique, em que o Brasil viveu situação de desemprego e inflação. Ao mesmo tempo, a oposição tem que “fazer média” com os programas sociais dos últimos 12 anos, que são exitosos e têm repercussão fora do país, e precisam responder aos compromissos com as oligarquias financeiras, anunciando que terão que adotar medidas impopulares.
“Eles não apresentam projeto límpido, nítido, para convencer o povo. A tática é de atacar a presidenta da República, procurando desconstruir o governo. Prenunciaram a tempestade na economia, com descontrole da inflação; apagão elétrico; grande desastre na realização da Copa; e um-a-um isso foi desmascarado”, afirmou Renato Rabelo.
E acrescentou: “Eles não têm projeto, chegando ao ponto de ‘surfar’ no xingamento à presidenta na abertura da Copa do Mundo”, disse o presidente do PCdoB, para quem os xingamentos representaram “atitude medíocre e insultuosa à presidenta da República”.
Um dos alarmismos plantados pela oposição era a realização da Copa do Mundo. Não só a mídia monopolista brasileira como a mídia internacional alardeavam o fiasco na preparação do Mundial de futebol. Um número considerável de pessoas não veio à Copa por causa do terrorismo midiático, lembrou Rabelo, questionando quem pagaria pelo prejuízo causado pela propaganda enganosa.
Elogios à Dilma
Em sua fala em defesa do apoio à reeleição de Dilma, Renato Rabelo elogiou o a visão avançada das perspectivas de desenvolvimento do país e a atitude corajosa e soberana da presidenta da República, citando os casos do enfrentamento da espionagem internacional, quando cancelou o encontro com o presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, e a atuação contra o golpe no Paraguai.
“As relações com o nosso Partido e a presidenta se estreitaram e amadureceram, por isso temos convicção de que a candidatura de Dilma Rousseff é a que o Brasil precisa e o povo quer. É a liderança que pode enfrentar novos desafios”, avalia Rabelo.
Ela indica novo ciclo histórico para aprofundar ainda mais as conquistas, apresentando o que ela define como plano de transformação nacional, concebido para realizar mudanças na educação do país, revolução tecnológica e acesso digital, além da reforma dos serviços públicos, urbana, política e federativa.
Em seu discurso no Dia do Trabalhador, a candidata à reeleição definiu seu lado ao declarar que não foi eleita para trair a confiança do seu povo e nem arrochar salários. Para o PCdoB, Dilma tem condições de conduzir o Brasil para mais uma etapa de desenvolvimento do país, além de ter o que apresentar do que foi feito pelo seu governo.
A candidata apoiada pelo Partido é aquela que “vai reavivar a expectativa e dar esperança a essa expectativa. Nós esperávamos por isso. Por um novo ciclo histórico com o que já alcançamos e que podemos ir mais adiante”, concluiu o presidente do PCdoB.
De Brasília
Márcia Xavier