Argentina denuncia “fundos abutres” na economia
O chefe de gabinete do governo argentino Jorge Capitanich denunciou nesta segunda-feira que a disputa judicial iniciada pelos chamados fundos abutres foi provocada por interesses ocultos que buscam se apropriar de ativos reais e financeiros da Argentina.
Publicado 24/06/2014 04:42

Em sua habitual coletiva de imprensa matutina, Capitanich advertiu que o governo de Cristina Fernández de Kirchner defenderá os bens nacionais do país, entre os quais mencionou as reservas de petróleo, os minerais e a água doce.
Além disso, afirmou que Buenos Aires manterá a mesma linha de negociação no marco do processo de reestruturação da dívida pública iniciado em 2005, mas através de uma negociação "justa e igualitária" para 100% dos credores.
A igualdade de tratamento não pode ser fragilizada por nenhum juiz, afirmou Capitanich, em alusão a uma sentença do magistrado nova-iorquino Thomas Griesa em prol desses fundos, conhecidos também como “holdout”.
Na semana passada, a Corte Suprema dos Estados Unidos recusou debater uma demanda Argentina contra uma sentença de Griesa, a qual obriga o país a pagar cerca de 1, 33 bilhão de dólares aos fundos, que se negaram em 2005 e 2010 à renegociação da dívida aceita por 92,4% dos credores.
Segundo a ordem da justiça norte-americana, enquanto Buenos Aires descumprir esse pagamento aos fundos abutres não poderá canalizar os vencimentos de capital e juros com quem renegociou, o que provocaria um default técnico.
Dias atrás, Capitanich acusou o juiz de "promover profundamente o desequilíbrio e a parcialidade" na disputa.
Esse magistrado provocou uma alteração das condições de reestruturação da dívida pública e permitiu ganhos fabulosos aos “holdout”, denunciou então.
Políticos, meios de comunicação e personalidades de diversos âmbitos da vida nacional argentina criticaram nos últimos dias a sentença de Griesa, a quem consideram um agente dos fundos abutres.
Prensa Latina