Papa condena violência mafiosa e fala do trabalho em cárceres
O papa Francisco condenou neste sábado (21) a violência mafiosa ao falar para 200 presos na região italiana da Calabria e chamou à realização de um trabalho para reinserção de réus à sociedade.
Publicado 21/06/2014 14:40
Depois de se deslocar em helicóptero ao centro penitenciário Castrovillari, para perto de Cassano alla Junio, na província de Cosenza, o Sumo Pontífice referiu-se ao caso do menino Nicola Campolongo, assassinado pela N'drangheta.
Campolongo foi achado carbonizado em 20 de janeiro em um carro abandonado numa zona rural, junto a seu avô e a companheira deste último, como parte de um ajuste de contas da máfia de Calabria, destaca a imprensa local.
"Nunca mais deve um menino suportar tais sofrimentos", comentou o Bispo de Roma, que realiza sua quarta visita a Itália, após passar pela Sardenha, Assis e a ilha de Lampedusa, onde solicitou aplicação de medidas para evitar a tragédia dos imigrantes.
Com frequência, a N'drangheta, a mais rica das máfias italianas, com controle do tráfico de droga proveniente da América do Sul e negócios na Itália e Europa, emprega para o tráfico de drogas menores que muitas vezes são eliminados ou caem no cárcere.
Meios de comunicação de Roma destacam que a máfia reina numa das regiões mais pobres desta nação, onde o desemprego dos jovens de menos de 25 anos supera o 56%, de acordo com o instituto Eurostat.
Ao falar frente a dirigentes religiosos da localidade de Cassano, o Papa demandou a plena reinserção dos reclusos para que a prisão não só seja um mero instrumento de castigo e represália social.
"Eu também cometo erros e devo fazer penitência", declarou o argentino Jorge Mario Bergoglio, que destacou a proximidade da Igreja com todas as pessoas encarceradas no mundo.
O Papa deve oferecer uma missa na região para 100 mil pessoas.
Fonte: Agência Prensa Latina