Em debate na Colômbia, candidatos expõem divergências sobre a paz

A apenas cinco dias das eleições, ambos os candidatos expuseram durante duas horas suas visiones sobre a agricultura, a economia, a educação, a segurança cidadã e em especial a respeito do processo de paz com a guerrilha das Farc, instalado há um ano e meio, no qual voltaram a aflorar suas divergências.

Santos, que aspira a reeleição, ressaltou que, diferentemente de seu adversário, quer mudar uma cultura do medo, do vale-tudo, da economia excludente, pela cultura do jogo limpo, da esperança e de um país unido e inclusivo.

Temos em nossas mãos a grande mudança para este país depois de 50 anos de guerra. É a oportunidade única e talvez a última de conquistar a paz, essa paz que nos permitirá liberar o potencial que tem a Colômbia, defendeu.

Em uma de suas intervenções, o presidente manifestou que seu adversário não reconhece a existência de um conflito armado. Se não reconhece – disse – então esse conflito não poderia ser solucionado.

Depois de reiterar que entre ele e Zuluaga existe uma "diferença abissal" sobre como alcançar a paz, Santos sublinhou que propõe continuar este processo reconhecendo as vítimas, o respeito a seus direitos, à justiça e à verdade para poder cicatrizar as feridas. "A extrema direita tem medo da verdade", enfatizou.

Por sua parte, Zuluaga, que assegurou que se ganhar as eleições suspenderia temporariamente os diálogos, reiterou que sua proposta é uma paz negociada sob condições e assegurou que o reconhecimento do conflito armado não é vital para negociar a paz.

Estamos buscando uma solução para esta guerra que você quer continuar e eu quero terminar. Esta é a diferença entre nós, refutou Santos.

O debate, o segundo que realizam depois do primeiro turno realizado em 25 de maio último, foi marcado por fortes questionamentos entre ambos os candidatos.

Enquanto Zuluaga declarou que seu sonho é ser o presidente dos jovens e da educação, com várias propostas para este setor que qualificou de propostas integrais e ambiciosas, Santos sublinhou que tudo o que seu adversário expôs já está sendo implementado por seu governo.

Ao finalizar o debate o mandatário ressaltou que aspira a um país em que ninguém fique fora do progresso, um país em paz, disse, para poder abrir as oportunidades reprimidas nestes 50 anos. Seu adversário terminou sua intervenção com promessa ao povo de Bogotá, onde se concentra a maioria dos eleitores que escolherão no próximo domingo quem dirigirá o país pelos próximos quatro anos.

Fonte: Prensa Latina