UEE-SP lança nota em apoio e solidariedade à greve dos metroviários
Após a reação do Governo de São Paulo, como a truculência da polícia e a falta de diálogo com a categoria, entidades sindicais, movimentos sociais e manifestações espontâneas têm demonstrado solidariedade à greve dos metroviários de São Paulo. Segue abaixo nota da União Estadual dos Estudantes (UEE-SP).
Publicado 09/06/2014 19:15
Nota de Solidariedade aos Metroviários
Em seu quinto dia de greve, ás 6h50 da manhã, antes até mesmo de começar o Ato em Apoio aos metroviários em greve, convocado pelas centrais sindicais e entidades pelas redes sociais, cerca de 80 metroviários foram isolados dentro da Estação Ana Rosa, na região central da capital, pela Polícia Militar, cumprindo ordens que o Governador Geraldo Alckmin (PSDB) delegou.
O governante tem deixado claro para a mídia que a ordem é: Tiro, Porrada e Bomba para os grevistas e ‘baderneiros’ que impedirem, segundo ele, o direito de ir e vir do cidadão. E mostrou toda a sua incapacidade de negociação com a categoria, que se colocou à disposição para a negociação.
Não demorou muito para a Tropa de Choque estourar bombas de efeito moral e lançar spray de pimenta em apoiadores da greve. Entre eles, estudantes e metroviários que, do lado de fora, tentaram impedir a invasão da PM à estação. Além disso, proibiram os jornalistas de acompanharem a ação.
Dessa forma, fica claro o debate quanto a desmilitarização da PM, que mata como a tal “tropa de elite de morte e terror”.
Também temos como fator contrário, toda uma mídia em campanha contra o direito constitucional à greve e o próprio Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que julgou a greve dos metroviários abusiva em pleno domingo e determinou a multa de R$ 500 mil por dia ao sindicato dos metroviários, mostrando assim que a justiça paulista é rápida quando se trata em acabar com os direitos trabalhistas.
Essas determinações colocam a população contra a categoria, que hoje pede não apenas o aumento real de salário, como também investimentos, já que vivemos um sufoco diário com trens e metrôs superlotados.
Essa mesma mídia ignora e não noticia nada sobre o chamado “propinoduto”, esquema que já desviou mais de R$ 425 milhões, e fazem cessar os investimentos no transporte público.
O governo do PSDB há 20 anos, apenas faz “reformas”, “restauração”, dando um “jeitinho” para maquiar a falta de investimento na renovação da frota e principalmente na insuficiente expansão das linhas. Enquanto cidades como Londres, com total de 7 milhões de habitantes, tem 400 km de malha de metrô e Santiago, do Chile, com 5 milhões possuem 84 km. Nós, paulistanos, vemos passar diariamente, só no metrô, um total de 3 milhões de estudantes e trabalhadores, temos apenas 71 km de extensão, mostrando, dessa forma, a fragilidade e incapacidade do sistema atualmente.
Para a UEE-SP, é inadmissível a falta de investimento no metrô e este tratamento que a PM do Governador Geraldo Alckmin dá para os trabalhadores diariamente, com trens e metrôs superlotados, assédio sexual às mulheres, sem oferecer qualquer segurança.
Todo apoio à greve dos metroviários
Fonte: UEE-SP