Metroviários de São Paulo iniciam greve por tempo indeterminado
Os metroviários de São Paulo decidiram, em assembleia realizada nesta quarta-feira (4), entrar em greve por tempo indeterminado, a partir da meia-noite desta quinta-feira (05). A greve havia sido anunciada pela categoria no último dia 27. Desde então, os funcionários tentam chegar a um entendimento com a empresa.
Publicado 05/06/2014 08:35
A decisão final foi tomada após uma terceira reunião realizada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), no início da tarde, entre o Sindicato dos Metroviários de São Paulo e representantes do Metrô, que terminou sem acordo. Após a audiência, que durou uma hora e meia, os dirigentes do Sindicato dos Metroviários afirmaram que a categoria não aceitará uma proposta com reajuste inferior a 10%.
Os trabalhadores pedem reajuste de 16,5% nos salários e demais benefícios, equiparação salarial, plano de carreira – em especial para funcionários da segurança e da manutenção –, além de outras reivindicações que não foram atendidas pela empresa, como aumento na PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e auxílio-creche.
Descaso com a categoria
Segundo informações da Companhia, a Justiça determinou que os metroviários garantam 100% da frota em horário de pico e 70% nos demais horários. No entanto, o Sindicato afirma que até o momento em que a greve foi aprovada eles não haviam sido informados da liminar.
Para Flávio Montesinos Godoi, dirigente da CTB e ex-presidente do Sindicato, a atitude do governo do estado já era esperada. “Há anos a categoria convive com essa postura intransigente do governo do PSDB, que é autoritário e não abre o diálogo com os movimentos sociais e sindical”, afirma Godoi.
Para o cetebista, a falta de vontade do governo Alckmin em resolver o problema só demonstra o tamanho do descaso com a categoria. “Esse é tratamento que o governo dispensa aos trabalhadores metroviários, que estão na linha de frente da operação todos os dias, enfrentando as falhas diárias e atendendo à população. Ao pessoal da manutenção que tem um curto espaço de tempo para resolver os problemas técnicos, que viraram rotina no sistema diante da falta de investimentos”, destaca Godoi.
Uma nova audiência de conciliação no TRT, entre o Sindicato dos Metroviários e a empresa está agendada para as 15h30 de quinta-feira. Após a reunião, a categoria participa de uma assembleia, marcada para as 18h30, que deve decidir os rumos do movimento.
Funcionamento das linhas
No primeiro dia de greve as linhas 1 Azul, 2 Verde e 3 Vermelha estão em funcionamento parcial. Já a linha 5 Lilás opera normalmente.
Fonte: CTB