Internacional

EUA anunciam instalação de sistema antimíssil na Coreia do Sul

James Winnefeld, alto funcionário do Departamento de Defesa dos EUA (Pentágono), confirmou nesta quarta-feira (28) que o Exército estadunidense já determinou o local e vai estabelecer em breve um sistema antimíssil na Coreia do Sul. Por outro lado, o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Qin Gang, afirmou que existe muita incerteza na Península Coreana, e que a China não vai permitir confrontos na região.

Publicado 29/05/2014 09:18

Sistema antimíssil - Strategy Page

Segundo Winnefeld, o Exército norte-americano vai estabelecer um sistema antimíssil na Coreia do Sul, para "responder" ao que classificou de "ações provocativas" da República Popular Democrática da Coreia (RPDC).

O sistema, conhecido como THAAD (Terminal High Altitude Area Defense, "Terminal de Defesa Aérea de Grande Altitude"), é desenvolvido por nove companhias diferentes, inclusive a Boeing e, na liderança, a Lockheed Martin Space Systems, que produz diversos equipamentos bélicos e de outros usos militares para os EUA e o Reino Unido.

A decisão dos EUA se segue à realização de abrangentes exercícios militares com a Coreia do Sul na região da península, em detrimento dos repetidos apelos da Coreia Popular contra a ação. As autoridades norte-coreanas ressaltaram diversas vezes o caráter provocativo das manobras conjuntas Key Resolve e Foal Eagle, que mobilizaram mais de 10 mil soldados, com tanques, navios de guerra, caças e, inclusive, ogivas nucleares.

Os exercícios são anuais e costumam elevar as tensões na região, com base nas alegações estadunidenses e sul-coreanas de "prevenção" e "dissuasão" contra a Coreia Popular. Além disso, aumentam a instabilidade e as ameaças regionais, levando países como a China e a Rússia a emitrem declarações e reunirem-se com líderes para apelar à redução das posições agressivas.

O papel dos Estados Unidos no extremo leste asiático tem sido desestabilizador desde a Segunda Guerra Mundial, cujo fim resultou também na divisão da Coreia e na aliança estadunidense com os sul-coreanos no combate global ao comunismo. Atualmente, o posicionamento imperialista dos EUA também impede a reaproximação coreana, ensaiada frequentemente, com o objetivo da reunificação nacional.

Enquanto isso, a China continua pedindo que as partes envolvidas priorizem um quadro maior de estabilidade regional e não adotem ações que possam deteriorar a situação. O porta-voz da chancelaria pontuou também que o estabelecimento de sistema de antimíssil não favorece a estabilidade e o equilíbrio estratégico na região. "A China pede que os EUA considerem bem os interesses de outros países," afirmou Qin Gang.

Assita a seguir ao vídeo do lançamento do sistema THAAD desde uma base no Havaí, com demonstrações de curto e de longo alcance.

Moara Crivelente, da Redação do Vermelho,
Com informações da Rádio China Internacional