CIA segue ocultando documentos sobre a Invasão da Baía dos Porcos
Apesar de tudo o que foi escrito e estudado sobre o tema, a história do ataque organizado pelos Estados Unidos contra Cuba em 1961 ainda não está completa. A Agência Central de Inteligência (CIA) norte-americana mantém em segredo documentos relacionados com a frustrada invasão mercenária à Baía dos Porcos que, com respaldo da Casa Branca, pretendia derrubar o governo revolucionário cubano.
Publicado 27/05/2014 12:16
Depois de uma votação, o tribunal de apelações de Columbia decidiu que a CIA tem direito a preservar do conhecimento público o quinto volume do livro “The Official History of the Bay of Pigs Operation” (A História Oficial da Operação da Baía dos Porcos) escrito pelo historiador Jack B. Pfeiffer. A publicação analisa o papel da agência no que foi considerado um dos maiores fracassos políticos e militares dos Estados Unidos no século 20.
Sob o argumento de que o documento revela detalhes internos do processo deliberativo da CIA, o veredito favorece a agência, que desde o início se opôs com firmeza à publicação. Nas mãos da inteligência norte-americana esteve toda a atividade, interna e externa, antes e depois da invasão da Praia de Girón. Cerca de 300 organizações contrarrevolucionárias foram patrocinadas dentro da ilha, contudo, milícias operário-camponesas eo Exército rebelde de Cuba colocaram mais de mil mercenários fora de combate.
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Segundo o veredito de 19 páginas, "a prematura publicação de material protegido pelo privilégio de um processo deliberativo interno teria um efeito de congelamento em presentes e futuras decisões, porque os funcionários do organismo não teriam completa segurança de que suas comunicações se manteriam protegidas".
Anteriormente, o pedido de autorização da publicação do volume inédito da pesquisa de Pfeiffer foi apresentado em 2011 pelo Arquivo de Segurança Nacional (ASN), uma organização patrocinada pela Universidade George Washington, na qual acadêmicos e jornalistas trabalham para obter documentos sobre política externa e governo, com base na Lei de Liberdade de Expressão.
Por ocasião do 50º aniversário da vitória cubana sobre a invasão dos mercenários, o ASN divulgou na internet alguns documentos oficiais do governo estadunidense sobre o ataque. Dentre eles, há um informe sobre a investigação interna da CIA sobre o fracasso dos EUA, escrito pelo general Lyman Kirkpatrick, por meio do qual faz uma severa crítica a má conduta da agência de operação paramilitar.
A decisão judicial que impede a publicação do último volume do livro de Pfeiffer foi fustigada com dureza por Tom Blanton, diretor do ASN, que classificou a decisão como “o lançamento de um véu sobre a burocracia”. Blandon sustentou que a partir de agora "os burocratas terão total discrição para reter o que quiserem".
Théa Rodrigues, da redação do Portal Vermelho,
Com informações da Prensa Latina e CubaDebate