Quino, criador da Mafalda, recebe Prêmio Príncipe das Astúrias
Joaquín Salvador Lavado é o criador de uma das personagens infantis mais queridas da América Latina, a Mafalda. Quino, como é conhecido e carinhosamente chamado pelos fãs, recebeu o Prêmio Príncipe das Astúrias para as Comunicações e Humanidades nesta terça-feira (21).
Publicado 22/05/2014 13:00
O prêmio dá ao vencedor uma escultura de Juan Miró e 50 mil euros, este ano 22 candidaturas de 14 países foram registradas. Chegaram à final o jornalista mexicano Jacobo Zabludovsky e o filósofo espanhol Emilio Lledó, mas o grande vencedor foi Quino.
“Quando se celebram os 50 anos do nascimento de “Mafalda”, as mensagens lúcidas de Quino permanecem válidas, elas combinam a sabedoria e a simplicidade do traço com a profundidade do seu pensamento”, explicou o Presidente do júri.
Filho de imigrantes espanhóis, Quino nasceu em 1932 em Mendonza, Argentina. Durante a ditadura militar viveu no exílio em Milão, na Italia e mais tarde adotaria a nacionalidade espanhola. Atualmente vive entre Madrid e Buenos Aires.
Com temperamento forte e debates filosóficos sobre política, nasce já com seis anos de idade, em 1964, a Mafalda. Quino não imaginava que esta pequena se tornaria uma gigante atemporal, suas tirinhas foram publicadas durante dez anos entre 60 e 70 em jornais e revistas, mas os debates incitados por Mafalda continuam atuais e contundentes.
Ao mesmo tempo que pretende salvar o mundo, a pequena Mafalda tem comportamentos bastante infantis, como odiar sopa, por exemplo. Talvez seja esta a característica que devolve ao leitor a sensação de, apesar da genialidade, as tirinhas se tratarem de uma criança da classe média argentina.
A última tirinha de Mafalda foi publicada em 1973, e ao contrário do que acontece com muitos artistas, a personagem não se tornou um fantasma na vida de Quino. Pelo contrário, eles caminham juntos, cada um em seu espaço.
Da redação do Vermelho, Mariana Serafini, com agências