Israel: Governo critica ministra por reunião com presidente palestino
Tzipi Livni, ministra da Justiça e chefe da equipe israelense nas negociações com a Palestina, disse nesta segunda-feira (19) que o seu partido, Hatnuah (“O Movimento”), apoia o fim do conflito e a volta à diplomacia. Entretanto, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, criticou a ministra por seu encontro com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, em Londres, na sexta-feira (16), de acordo com o jornal israelense Jerusalem Post.
Publicado 20/05/2014 12:55
Os diálogos entre palestinos e israelenses encerraram-se em 29 de abril, ainda sem previsão para retorno. Tzipi Livni reconheceu, entretanto, que a solução do conflito através das negociações diretas é necessária, assim como o respeito e o cuidado com as conversações.
A ministra mencionou a posição dos partidos de direita em Israel, que não estão de acordo com a posição do Hatnuah sobre a diplomacia, uma vez que têm diferenças fundamentais na visão sobre o Estado israelense.
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Partidos como o Lar Judeu, do ministro da Economia Naftali Bennett, assim como o próprio Likud, de Netanyahu, promovem a colonização dos territórios palestinos e a imposição de um caráter discriminatório para Israel enquanto “Estado judeu” e colocam esta posição como prioritária em relação ao restante das questões do conflito, como a definição das fronteiras.
Tzipi reuniu-se com Abbas em Londres, na semana passada, mas Netanyahu disse que a ministra não representava Israel. O Jerusalem Post citou um funcionário do Escritório do Primeiro-Ministro, que disse: “Netanyahu esclareceu a Livni, antes da reunião, que ela estaria representando a si própria, e não o governo israelense.”
Bennet também rechaçou o encontro e, frequentemente recorrendo à exposição dos arranjos que sustentam o governo, instou a ministra a deixar a coalizão. “Tzipi Livni perdeu o contato com o eleitor israelense há muito tempo. Mas com esta última reunião ela mostrou que é como um satélite perdido em órbita, sem conexão com o planeta Terra,” disse o ministro, que é frequentemente citado com declarações colonialistas, contra as negociações em geral.
O vice-ministro da Defesa Danny Danon também declarou: “precisamos substituí-la e indicar outro ministro para responsabilizar-se pelas negociações.” Livni aceitou integrar a coalizão governamental forjada com dificuldade por Netanyahu, no início de 2013, sob a condição de liderar os esforços diplomáticos com a Autoridade Palestina.
Moara Crivelente, da Redação do Vermelho,
Com informações do Jerusalem Post e do Middle East Monitor